Em meio à alta dos combustíveis e a tensão na Petrobras, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu o nome de Caio Castelliano, que chefia a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, subordinada à pasta, para o cargo de Joaquim Silva e Luna, presidente da companhia. Isso mesmo ele dizendo que a estatal é independente e vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
A informação é do colunista Lauro Jardim. Segundo o jornalista, Guedes e Roberto Campos Neto tiveram atrito por conta de alternativas para subsidiar os combustíveis e tentar segurar os preços da gasolina e do diesel. O presidente do BC procurou alguns bancos (BTG e XP, entre outros) sobre o assunto, mas Guedes, que é contra o subsídio, não gostou.
Silva Luna vem sofrendo pressão do governo sobre os sucessivos reajustes no preço dos combustíveis. O presidente Jair Bolsonaro (PL) já teria até definido a data para tirá-lo do comando da empresa. “Lamento, porque poderia ter esperado mais um dia [para anunciar o aumento]. A Petrobras demonstra que não tem qualquer sensibilidade com a população. É Petrobras Futebol Clube, o resto que se exploda. Se tivesse atrasado um dia”, disse Bolsonaro à imprensa, durante passeio em Luziânia (GO).
No dia 10, a Petrobras anunciou o aumento de 18,8% na gasolina e de 24,9% no diesel nas refinarias, além de 16,1% no gás liquefeito de petróleo (GLP). Desde outubro de 2016, a empresa adota a política de Preços de Paridade de Importação (PPI), vinculando o preço dos derivados de petróleo ao mercado internacional. Após cinco anos da mudança, o combustível no Brasil concentra a maior alta da história, superando a inflação em mais de 30%.
RESUMO DA ÓPERA – O que se vê no governo Bolsonaro é que ninguém é confiável, entre eles próprios. Mesmo dizendo que não tem responsabilidade com a Petrobras e a alta dos combustíveis, Paulo Guedes agiu “na cocó” para colocar seu assessor no cargo de Joaquim Silva e Luna, presidente da companhia indicado por Jair Bolsonaro (PL). Estamos sempre vendo ministros do governo falando uma coisa em público e articulando “jogadas sujas” nos bastidores. O pior nisso tudo é que essas trapalhadas revelam um País sem governo e sem rumo, onde cada um faz o que acha melhor, prejudicando a economia e a vida da população brasileira.
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