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Na Bahia, os caminhos parecem não levar a Roma

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A última semana não foi fácil para o ministro João Roma, licenciado da Câmara dos Deputados e apresentado até então como o nome de Jair Bolsonaro para o governo da Bahia. Buscando ser uma terceira via ao consolidado cenário disputado entre Jaques Wagner e ACM Neto, Roma pode manter o otimismo de quem acredita na mosca azul da política. Porém declarações como a do senador Flávio Bolsonaro, que indicou que havia a busca por um entendimento com o ex-prefeito de Salvador, despejam um balde de água fria para as pretenciosas intenções de ser viável para o Palácio de Ondina.

 

Nem é preciso mais lembrar que o hoje ministro foi sacado de uma “costela” de ACM Neto. Sempre articulado nos bastidores, Roma só veio a ser testado nas urnas em 2018, quando o antigo líder usou o condão da prefeitura para elegê-lo deputado federal. De fevereiro de 2021, quando aceitou ser ministro, aos dias atuais, o distanciamento entre ambos só aumentou. E com movimentos quase sempre kamikazes por parte do ex-chefe de gabinete.
 
Confiando no prestígio – ok, estou sendo benevolente – de Jair Bolsonaro, Roma construiu uma trajetória para se garantir como candidato ao governo da Bahia. Virou o homem do presidente não apenas por aqui, mas em todo o Nordeste. Desde a chegada ao Ministério da Cidadania, se esforçou muito para tentar simular que Bolsonaro é preocupado com o povo e, em especial, com os nordestinos. Lógico que não deu certo, contudo há de se reconhecer que Roma deu o melhor de si – mesmo que isso custasse a própria identidade política.

A fala de Flávio Bolsonaro, coordenador da campanha do pai, foi apenas um dos momentos ruins. O Republicanos, partido ao qual ainda está ligado, deu sinais de que não deve permanecer no mesmo barco que o presidente, liberando os filiados para apoiar até mesmo Luiz Inácio Lula da Silva. A Igreja Universal do Reino de Deus, espinha dorsal da sigla, também se mantém em cima do muro e deve seguir assim por mais tempo. Se nacionalmente há indícios de que o casamento entre Bolsonaro e a legenda pode não se confirmar, na Bahia, Márcio Marinho, que preside o antigo PRB, chegou a chamar ACM Neto de “governador” ao longo da semana. Se isso não é um batom na cueca, não caberia explicitar mais que a aposta em Roma não é considerada viável mesmo pelos aliados que o impulsionaram para a Esplanada dos Ministérios.
 
Em entrevistas, o ministro assegura que tem aval de Bolsonaro e do próprio partido para seguir com a intensa agenda de pré-candidato ao governo da Bahia. É difícil ir por um caminho contrário quando se está cercado de pessoas que acreditam piamente que o Brasil está em um de seus melhores momentos da história. Roma já garantiu seu nome nas páginas da política baiana. Resta saber como ainda vai permanecer escrevendo algumas linhas nelas. Vai depender de como vai contornar ter sido largado no meio do coliseu para ser prato principal. Como se vê, na Bahia, os caminhos não parecem levar a Roma.

Com Informação Bahia Notícias

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