Para o subprocurador do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), Lucas Rocha Furtado, ficou “evidente” direcionamento na compra de 500 fuzis da empresa Sig Sauer pela Polícia Civil do Rio e Janeiro. Ele disse que houve “atuação direta do senador armamentista Flávio Bolsonaro” (PL-RJ) na liberação de dinheiro do governo federal para isso.

Furtado pede que sejam investigadas a licitação e eventuais irregularidades na liberação dos recursos do Ministério da Justiça intermediada pelo senador. E solicita que, caso os indícios sejam confirmados, a licitação e a compra das armas sejam anuladas. Em nota ao UOL, Flávio Bolsonaro disse que não tinha conhecimento de suspeitas de irregularidades e defendeu apurações sobre o caso.

A Sig Sauer, por meio de seu representante Marcelo Costa, não prestou esclarecimentos. A Polícia Civil do Rio negou que haja irregularidade na licitação e falou que a atuação do policial está de acordo com as regras. Já o Ministério da Justiça disse que a liberação do dinheiro ocorreu após a pasta analisar a compra dos fuzis em linha com as normas de transferência de recursos da União.

CONCORRÊNCIA VICIADA

Segundo a reportagem do UOL, um dos três policiais que elaboraram a parte técnica da licitação trabalha para a Sig Sauer. Especialistas disseram que a concorrência era “viciada”. “Caso confirmados os indícios ora trazidos ao conhecimento do Tribunal, que seja determinada a anulação da licitação”, disse Lucas Furtado. Ele pede ainda que sejam apurados os “indícios de direcionamento de licitação e conflito de interesses na compra desse armamento”.

Com informações do UOL