A morte do presidente Ebrahim Raisi, ocorrida em um acidente de helicóptero na província iraniana do Azerbaijão Oriental, desencadeia uma potencial luta pelo poder na república teocrática islâmica do Irã. Raisi, considerado o segundo homem mais importante na hierarquia do país e cotado como um dos sucessores do aiatolá Ali Khamenei, tinha marcado seu mandato, iniciado em 2021, com uma abordagem totalitária e repressora.

Nesta segunda-feira (20), após longas e intensas buscas, as equipes de emergência anunciaram que encontraram o corpo do presidente e das outras pessoas que viajavam com ele no helicóptero que sofreu o acidente no domingo.

No Irã, a estrutura de poder é dividida entre o presidente, que lidera o governo e atua como executor, e o líder supremo, que chefia o Estado, concentrando poderes e decisões estratégicas. O aiatolá Khamenei, aos 85 anos e há 35 anos no comando, será crucial na escolha de um novo presidente, provavelmente convocando novas eleições em 50 dias. Até lá, o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, assumirá a chefia do governo.

Analistas como Jason Brodsky, da Iran International TV, observam que a morte de Raisi não alterará os fundamentos das políticas do regime, já que o líder supremo, Khamenei, permanece no poder e continua sendo o comandante-chefe constitucional. No entanto, rumores sobre a saúde deteriorada de Khamenei inflamam especulações sobre seu possível sucessor. A morte de Raisi pode perturbar a política de sucessão, pois ele era um dos principais candidatos a substituir Khamenei. 

com informações do G1