Dentro da discussão de desoneração da folha de pagamento para beneficiar empresas brasileiras, o ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, defendeu que as empresas ofereçam salários maiores aos trabalhadores. Segundo ele, apesar de o número de pessoas desempregadas estar caindo, a maior parte está sendo ocupada com remunerações de R$ 1,5 mil a R$ 1,7 mil. “Nós precisamos refletir muito sobre a precariedade do mercado de trabalho”, enfatizou ao participar do lançamento do Pacto Nacional pela Inclusão Produtiva das Juventudes.
O ministro defendeu a adequação dos salários oferecidos aos patamares de lucro obtidos. “A gente também deixa uma reflexão para as empresas pensarem a sua estrutura de salários, se está adequada ao seu nível de lucratividade, se estão compatíveis os ganhos com pagar um salário melhor”, disse.
Marinho lembrou que o pacto é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O documento compromissos para governos nas três esferas, empresas, sindicatos e terceiro setor atuarem em conjunto pela inclusão produtiva da juventude.
MAIS VELHOS
Segundo a Unicef, o Brasil vivencia a redução do percentual de jovens na população e, durante duas décadas, o país teve mais de 50 milhões de jovens entre 15 e 29 anos de idade. Porém, em 2022, a população com mais de 30 anos já superou a dessa faixa etária. Dados do MTE mostram que apenas 14% dos jovens desempenham atividades técnicas qualificadas e a maior parte ocupa funções como operador de telemarketing, vendedor e motorista de aplicativo. Trabalham na informalidade, 51% das mulheres e 56% dos jovens negros.
Para o presidente do Conselho Nacional da Juventude, Marcos Barão, é importante ver os dados e tomar medidas concretas. “É um futuro muito indesejável, eu garanto isso. É um futuro em que o Brasil envelhece antes de prosperar. E o resultado é pobreza, é violência, é aprofundamento das igualdades, inclusive todas as empresas aqui presentes vão perder. Todo mundo perde”, ressaltou.
De acordo Barão, vai além da capacitação profissional. “Todo mundo falou um pouco aqui sobre isso, quem ouviu atentamente, ouviu falar sobre trabalho digno, sobre educação, sobre cidadania, ouviu falar sobre saúde mental, sobre território, ouviu falar sobre temas diferentes. Por essência, por conceito, a exclusão é um desafio complexo, demanda pactuação, demanda soluções sistêmicas”, destacou.
com informações do IG
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