Apenas 7,7% das cidades brasileiras foram beneficiadas com metade dos R$ 20 bilhões do Orçamento Secreto. Com esse esquema, o governo Bolsonaro (PL) entregou a deputados e senadores o controle de como e onde uma fatia robusta dos recursos públicos deve ser aplicada.
O levantamento é do jornal O GLOBO e foi publicado no domingo (1/5). Dos R$ 36 bilhões empenhados via emenda de relator, a base do orçamento secreto, R$ 20,7 bilhões foram para municípios. Metade dos repases, contudo, ficou concentrada em 7,6% das 5.570 cidades do país, o equivalente a 422 municípios.
Para chegar a esses números, jornal coletou todos os documentos de empenho cuja fonte de recursos foi classificada foram emendas de relator nos anos de 2020 e 2021 cujo destino foram diretamente as cidades ou fundos municipais.
Segundo o relatório, a maior beneficiada é Petrolina, sexta cidade mais rica de Pernambuco. Detalhe: é administrada pela família de Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado e recebeu R$ 166,4 milhões entre 2020 e 2021. Já cidades mais pobres do mesmo estado, como Iguaracy e Solidão, receberam R$ 100 mil e nada, respectivamente.
RESUMO DA ÓPERA – O presidente escancara o “toma lá dá cá” para ter base no Congresso com um esquema que reforça a desigualdade econômica e social entre os municípios. Beneficia áreas eleitorais de deputados e senadores ligados a ele e ao Centrão, em prejuízo às cidades e à população mais pobre. O esquema do Orçamento Secreto desmascara Bolsonaro ao dizer sempre que não tem dinheiro para nada e que está de mãos atadas.
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