A coluna de Guilherme Amado no portal Metrópoles revelou algo estarrecedor: em mensagens no WhatsApp, empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) defendendo abertamente um golpe de Estado caso Lula seja eleito em outubro.
Essa possibilidade de ruptura democrática foi debatida no grupo Empresários & Política, criado no ano passado. Uma postura comum a quase todos é de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a pessoas ou instituições que se oponham ao ímpeto autoritário do ex-capitão.
O grupo reúne grandes empresários do país, como Luciano Hang (dono da Havan), Afrânio Barreir (Grupo Coco Bambu), José Isaac Peres (shoppings Multiplan), José Koury (Barra World Shopping, no Rio), Ivan Wrobel (construtora W3 Engenharia) e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo (marca de surfwear Mormaii).
A defesa de um golpe para impedir eventual posse de Lula ficou explícito no dia 31 de julho. José Koury abordou o tema, ao dizer que preferia uma ruptura à volta do PT. Koury defendeu ainda o que o Brasil voltar a ser uma ditadura não impediria o país de receber investimentos externos. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, publicou.
A discussão flui após postagem de Ivan Wrobel, que ao se apresentar ao grupo, disse ser eleitor de Bolsonaro desde o seu segundo mandato na Câmara dos Deputados: “Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”, postou.
NA MESMA LINHA
Essa visão foi compartilhada por Morongo. “O 7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”, escreveu, defendendo que o Brasil está em guerra contra os adversários de Bolsonaro. Ao responder à defesa do golpe feita por Koury, ele escreveu três mensagens consecutivas: “Golpe foi soltar o presidiário!!!”; “Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição!”, “Golpe é a velha mídia só falar merda”.
Afrânio Barreira também respondeu à mensagem de Koury, com a figurinha de um rapaz aplaudindo. Sua rede de restaurantes tem faturamento superior a R$ 1 bilhão anual e 64 lojas em funcionamento no país. Recentemente, ele se envolveu em uma discussão pública com o candidato Ciro Gomes, que o havia acusado de sonegar impostos.
No mesmo dia, o empresário André Tissot, do Grupo Sierra, empresa gaúcha especializada na venda de móveis de luxo, defendeu que uma intervenção deveria ter ocorrido há mais tempo. “O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”, publicou.
com informações do Metrópoles
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