Mesmo ações conquistadas pelo governo federal para proibir eventual bloqueio de rodovias federais, entidades dos caminhoneiros prometem manter a paralisação nesta segunda (1º/11). O Ministério da Infraestrutura informou que obteve 29 liminares na Justiça, contemplando 20 estados e prevendo multa aos bloqueadores.
As medidas judiciais não mudaram a intenção de protesto da maioria dos representantes ouvidos pelo site Metrópoles neste domingo (31). Muitos apoiadores de Jair Bolsonaro, os caminhoneiros dizem que a manifestação não é contra o presidente da República, mas pelo respeito aos direitos da categoria.
O diretor-presidente do Conselho Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas (CNTRC), Plínio Nestor Dias, afirmou nesse sábado (30/10) não ter ciência sobre as decisões que impedem o bloqueio das pistas e ressaltou que a categoria segue “firme e forte” na paralisação.
Para o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos Rodoviários da Baixada Santista, Romero da Costa, que representa cerca de 16 mil profissionais do maior porto da América Latina, as liminares e a falta de diálogo do ministro da infraestrutura, Tarcísio de Freitas, inflamaram ainda mais a categoria. “A partir da meia-noite, o ministro verá as consequências de que ele tinha o poder na mão para acabar, mas não o fez”, disse.
Ele afirmou que o caminhoneiro não quer R$ 400 mensais prometidos por Bolsonaro. “Queremos diesel baixo, dignidade, aposentadoria, nossos direitos”, afirmou. Costa ainda completou: “Vamos usar os acostamentos, ficar parados. Se a polícia nos tirar, voltamos”.
DIVERGÊNCIAS
Além das liminares, o movimento é marcado por diverências na categoria. Várias entidades anunciaram desistência da greve.
O presidente da Associação dos Transportadores de Combustíveis e de Derivados de Petróleo do Rio, Aílton Gomes, divulgou um vídeo no qual anuncia a retirada do apoio da entidade à greve. Em áudio, o presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes, afirmou que, após várias reuniões, a entidade decidiu não aderir ao movimento.
Em nota, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) informou que, em consulta à base representativa da categoria (sindicatos), “não há adesão para qualquer movimento de paralisação ou greve e que uma paralisação neste momento impactaria negativamente ainda mais a vida do caminhoneiro autônomo”.
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