O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) no último dia de 2021 foi marcado por distorções de fatos, postura antivacina e panelaço em várias cidades do Brasil. Mais, uma vez o chefe do Executivo tentou minimizar o desastre da sua gestão no combate à pandemia, ao afirmar que não comprou logo as vacinas porque não estavam disponíveis no mercado. Esqueceu que o governo rejeitou a oferta da Pfizer, de 70 milhões de doses ao longo do ano.
Em outro momento, disse que criou o Auxílio Emergencial para socorrer a população. Esqueceu que o governo foi pressionado pelo Congresso e enviou proposta de R$ 200,00. Deputados e Senadores propuseram R$ 500,00 e o presidente, para se sair bem, fixou em R$ 600,00 (que depois caiu para R$ 300,00).
Mais uma vez, Bolsonaro criticou o passaporte da vacina e a imunização de crianças entre 5 e 11 anos de idade, condicionando o ato à receita médica e consentimento dos pais. Posições questionadas pela própria Anvisa e por especialistas.
No discurso, o presidente voltou a fugir dos problemas e colocar a responsabilidade em terceiros, criticando governadores e prefeitos por conta das medidas de prevenção à Covid-19. Já há um consenso no país de que se não fossem as ações dos estados e municípios, a tragédia da pandemia no Brasil seria ainda maior, por conta da omissão e do negacionismo do governo federal.
CORRUPÇÃO E CHUVAS
Adiante, Bolsonaro disse que seu governo tem três anos sem corrupção. Esqueceu que o governo tem agido, justamente para proteger os filhos do presidente e aliados envolvidos em casos suspeitos. Vários ministros foram alvos de investigação. Quem acompanhou a CPI da Covid no Senado, viu que o Ministério da Saúde virou um balcão de negócios e que contratos só não se efetivaram porque as denúnicas chegaram à imprensa.
Sobre as chuvas na Bahia e Minas, se limitou a dizer que liberou recursos (questionado pelo governador Rui Costa e prefeitos das cidades atingidas, por serem pouco para reparar os estragos) e que ministros do governo estão acompanhando a situação. Enquanto isso, ele ficou se divertindo e se preparando para as festas de fim de ano em Santa Catarina.
Não deu outra, as panelas voltaram a ser levantadas em todo o país, em protesto a um governo desastroso.
Com informações da Folha de S.Paulo
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