Não tem sido fácil barrar a circulação de notícias falsas. Assim, plataformas de redes sociais disponibilizaram ferramentas que permitem aos usuários denunciar as publicações. O problema é que a demora na reação tem permitido que as mensagens sigam no ar, sem avisos sobre o teor enganoso — e ganhando impulso mesmo depois das comunicações.
Para checar a eficácia das ferramentas, O GLOBO testou os mecanismos criados por Facebook, Instagram e Twitter em 20 postagens com desinformação sobre saúde e política, entre 26 de janeiro e 3 de fevereiro. As redes agiram até as 18h de sexta (11) com rótulos de mensagem enganosa ou remoção de conteúdo em apenas quatro casos (em um deles, após a identificação de que se tratava de uma reportagem).
Os outros 16 posts seguem no ar, sem qualquer alerta. Nesse grupo, sete receberam links para sites de instituições ligadas aos temas citados, como o Ministério da Saúde e a Justiça Eleitoral, e textos reforçando a segurança de vacinas, mas sem afirmar que são conteúdos desinformativos.
Entre as publicações que permanecem online, sem selos de mensagem enganosa, estão conteúdos dos deputados federais Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP) e Filipe Barros (PSL-PR) e do ex-senador Magno Malta. Na maioria deles, são lançadas dúvidas sobre a eficácia de vacinas contra o coronavírus. Há, também, associações falsas entre a aplicação do imunizante, mortes e efeitos colaterais, alémn de ataques às urnas eletrônicas.
Especialistas alertam para a falta de transparência e critério claro sobre quais conteúdos devem ou não ser alvo de ações das redes, enquanto a Meta — controladora do Facebook e Instagram — e o Twitter explicam suas políticas. O fato é que nas redes, a mentira tem perna longa e causa graves prejuízos à sociedade.
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