Uma nota da Associação Médica Brasileira (AMB), divulgada segunda (24) faz duras criticas à conduta do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no enfrentamento à pandemia de Covid-19 no Brasil. Para o Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19 da entidade, o ministro age à margem das normas de conduta e preceitos éticos esperados para o cargo.
O documento pede mudanças na gestão da saúde no País. “Vivemos dias de gravidade ímpar no sistema de saúde do Brasil, enquanto o ministro da Saúde desperdiça tempo, endossa tratamentos ineficazes e protela a vacinação. O Brasil está em alerta e pede mudanças na gestão da saúde”.
A entidade faz uma lista de atos do ministro classificados como “erros de conduta” e “deslizes éticos”: colocou-se contra o uso obrigatório de máscaras, em agosto de 2021; um mês depois, recomendou a paralisação da imunização de jovens entre 12 e 17 anos sem comorbidades (na ocasião, ele classificou a vacinação de adolescentes como “intempestiva” e admitiu que a revisão da medida atendia a pedido do presidente Jair Bolsonaro); defendeu o uso de medicamentos ineficazes contra a Covid-19, o chamado “kit covid”, e adiou o início da vacinação de crianças de 5 a 11 anos.
“Em sua cruzada contra vacinas, o ministro defendeu e realizou uma desnecessária e contraproducente consulta pública sobre imunização de crianças de 5 a 11 anos, visando atrasar o processo de vacinação”, diz trecho do documento, que lembra o ato mais recente: a nota técnica do Ministério da Saúde sustentando que a hidroxicloroquina é eficaz e segura e, enquanto as vacinas contra Covid-19 seriam medidas sem comprovação de efetividade e não-seguras. Essa postura contraria as evidências científicas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Com informações do portal Terra
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