Parece que a promessa feita pelo presidente Jair Bolsonaro, de endurecer as regras das viagens oficiais, só valem para quem não é do seu metiê. Ministros da Defesa, os militares Fernando Azevedo e Silva e Braga Netto levaram de parentes a Jair Renan em voos oficiais com aeronaves da FAB.
Os registros de passageiros foram fornecidos via Lei de Acesso à Informação pela Defesa e Casa Civil, pasta que Braga Netto comandou até março de 2021. A Defesa só entregou as informações das viagens após dois recursos da Folha de S.Paulo.
O ex-ministro Fernando Azevedo esteve com a esposa em 12 voos da pasta. Um filho do militar o acompanhou em uma destas viagens. Estes deslocamentos foram feitos entre 11 de agosto de 2020 e 19 de março de 2021.
Já Braga Netto, levou a esposa em quatro voos quando era ministro da Casa Civil, além de uma filha e Jair Renan em outros dois trajetos cada. Desde que se tornou ministro, o general foi acompanhado pela esposa em 14 voos, entre maio e setembro de 2021.
EXPLICAÇÕES E CARTILHA
Procurada, a Defesa disse que os passageiros ocupavam vagas remanescentes, como permitem as regras de uso das aeronaves da FAB. Não é irregular levar parentes em voos oficiais, mas Jair Bolsonaro prometeu mudar. E chegou a distribuiu uma cartilha com normas e procedimentos éticos, onde somente o ministro e a equipe que o acompanha no compromisso podem utilizar as aeronaves.
Em janeiro de 2020, o advogado Vicente Santini causou mal-estar no governo e foi demitido da Casa Civil pelo uso de jato da FAB. Mas, voltou ao governo em setembro de 2020, para cargo no Meio Ambiente. Passou por função na Presidência e hoje atua como Secretário Nacional de Justiça.
Segundo a Folha, ministros do governo levaram de parentes a pastor e lobistas em voos oficiais com aeronaves da FAB desde 2019. O de Bolsonaro, Jair Renan, pegou ao menos cinco voos em deslocamentos solicitados por diferentes ministros.
Compartilhe no WhatsApp
Comments