Dados da pesquisa feita pela MindMiners para o Universa Talks, do portal UOL, mostram que as mulheres que são mães solos enfrentam situações humilhantes nos seus empregos no Brasil. Cerca de 43% disseram já ter passado por alguma situação de abuso ou desrespeito no trabalho, contra 37% que vivem outro contexto materno. Outros 52% admitem aceitar mais situações desse tipo do que gostariam no ambiente profissional.
“A urgência de pagar o aluguel, a creche, a comida, o remédio, faz com que muitas mães solo engulam sapos todos os dias. Desde o olhar torto quando precisam sair mais cedo até a piadinha misógina disfarçada de descontração. Aceitam o desconforto porque o medo de perder a renda é maior que o incômodo. E isso não é escolha, é sobrevivência”, disse Cris Guterres, colunista do Universa.
O Censo 2022 do IBGE revelou que mais de 10,3 milhões de casas são chefiadas por mulheres que moram apenas com os filhos. A grande maioria (78%) é de negras, segundo a Fundação Getúlio Vargas. É possível dizer que, três em cada dez brasileiras que chefiam seu lar são, também, mães solo. O número de homens é cerca de seis vezes menor: 1,6 milhão é de pais sozinhos.
A pesquisa do IBGE mostra ainda que o percentual de mulheres responsáveis por unidades domiciliares, tendo ou não filho, aumentou expressivamente entre 2010 e 2022: passou de 38,7% para 49,1%. Em 2022, o percentual das pessoas abaixo da linha da pobreza (renda diária per capita de até R$ 33,8) que viviam um arranjo familiar formado por mulher preta ou parda, sem cônjuge e com filho(s) de até 14 anos, é de 72%, percentual que cai para 52% no caso em que a mulher é branca.
com informações do UOL
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