A primeira ação da chapa Lula-Alckimin não poderia ter sido mais simbólica: com milhares de sindicalistas de todo o Brasil. O encontro aconteceu nesta quinta (14), na Casa de Portugal, na capital paulista, quando as centrais sindicais (CTB, CUT, UGT, Intersindical, CSB, Força Sindical, NCST e Pública) entregaram aos presidenciáveis a Pauta da Classe Trabalhadora aprovada na Conclat 2022.
Lula afirmou que as propostas apresentadas pela classe trabalhadora “não são apenas uma pauta de reivindicação. O que vocês estão apresentando aqui é quase um programa de governo. É quase que um programa de reconstrução desse país”. O ex-presidente garantiu que vai usar o documento para elaborar uma proposta de reconstrução do país, e que esta proposta terá como princípio ouvir todos os setores da sociedade: os trabalhadores e os patrões.
O tom do discurso foi de conciliação entre os que estão dispostos a defender a democracia e dar um fim ao governo Bolsonaro. “Eles [governo Bolsonaro] destruíram uma coisa sagrada para um país, que é a soberania. A maior fotografia da soberania de um país é a qualidade de vida do povo, a qualidade salarial. Como é possível falar em soberania no país que é o terceiro produtor de alimentos do mundo e tem 116 milhões de pessoas em insegurança alimentar? Como é possível falar em soberania no país que tem 19 milhões de pessoas passando fome?”, criticou.
“Não digam que é gasto desnecessário fazer as pessoas entrarem no supermercado e ter dinheiro para comprar o que comer. Porque na verdade nós vamos ter que ter subsídio para garantir que o povo mais pobre tenha casa”, garantiu Lula, garantindo que melhorar a vida do trabalhador e da trabalhadora brasileira será sua prioridade: “Nós vamos ajustar o salário mínimo todo ano! Esse país vai voltar a ter seu povo andando de cabeça erguida. Nós pretendemos chegar ao final do mandato, e não ter nenhum brasileiro dormindo embaixo da ponte, não ter uma única criança sem ter como tomar café da manhã”.
ESPERANÇA
Ao falar em nome da CTB, o presidente Adilson Araújo citou Paulo Freire: “A esperança é revolucionária”. “O sentido deste encontro é a gente abraçar a esperança. Por quê? Porque a vida importa muito. 662 mil vidas foram subtraídas pelo negacionismo, pela quase nenhuma importância à saúde, ao SUS”, denunciou o dirigente sindical.
“Do ponto de vista dos direitos, não é a imprensa que vai falar por nós, eles querem explorar uma contradição de que o Lula vai revogar a Reforma Trabalhista, nós, classe trabalhadora temos o dever moral de ir pras ruas, botar o pé na porta e dizer que essa reforma é indigesta e precisa ser mudada. Uma reforma que produz desemprego, miséria, que massacra o trabalhador tem que ser revogada pela força do povo”.
com informações da CTB Nacional
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