Na próxima quarta (18), o presidente Lula (PT) e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, se reúnem com as centrais sindicais em Brasília para tratar de várias medidas relacionadas ao mundo do trabalho, além da situação do país. Segundo o PT, o ex-presidente “sabotou” o orçamento para brecar a possibilidade de aumento do salário mínimo.

O governo vai anunciar a criação de uma Mesa Nacional para debater o valor do mínimo, a regulação do trabalho em aplicativos e o fortalecimento da negociação coletiva. As partes terão prazo de 90 dias para apresentar conclusões.

Vale lembrar que o salário mínimo em vigor é de R$ 1.302,00, sancionado por Bolsonaro em dezembro passado. O valor foi aprovado pelo Congresso, mas depende de nova Medida Provisória (MP), que só pode ser editada depois da avaliação de suficiência dos recursos necessários.

NOVO VALOR

As centrais sindicais defendem um piso de R$ 1.342. Em abril de 2022, as entidades entregaram ao então candidato Lula a Pauta da Classe Trabalhadora. Com Lula já eleito, os dirigentes se reuniram novamente com o presidente para reforçar a reivindicação. A Política de Valorização do Salário Mínimo instituída no primeiro governo Lula, foi destruída por Bolsonaro, que não reajustou o valor acima da inflação. Diferente dos governos petistas de Lula e Dilma, quando subiu 77% acima da inflação.

No final do seu governo, visando aumentar sua popularidade para as eleições, Bolsonaro promoveu gastos sem planejamento ou previsão orçamentária. Como o aumento do número de benefícios do INSS, represados pelo seu governo em longas filas de espera, e liberadas tão logo começou o processo eleitoral.

Essa sabotagem tem repercussão direta no salário mínimo, referência para a correção das aposentadorias e outros benefícios previdenciários. A forte concessão de aposentadorias e pensões causou um impacto maior que o estimado nos gastos do INSS. Com isso, o reforço do orçamento do Ministério da Previdência, em R$ 6,8 bilhões, acabou consumido pelas filas do INSS. A Previdência está refazendo as contas para apresentar na reunião com os sindicalistas.

com informações da Revista Fórum