O Jornal Nacional, da TV Globo, ignorou a decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) que reconheceu a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, pré-candidato nas eleições de 2022 pelo União Brasil, nos processos conduzidos contra o ex-presidente Lula (PT).
A edição desta quarta-feira (27) do telejornal comandado por William Bonner não dedicou um segundo sequer à decisão, que foi divulgada pelo jornalista Jamil Chade, do Uol, e confirmada até mesmo por jornalistas do Grupo Globo. A colunista Bela Megale, de O Globo, chegou a publicar uma nota sobre o tema em sua coluna.
Após seis anos de análise, o CDH da ONU concluiu que Moro foi parcial em seus julgamentos dos processos Lula. O comitê também entendeu que os direitos políticos do ex-presidente Lula foram violados na eleição de 2018 – quando ele foi impedido de ser candidato – e que o vazamento de conversas do ex-presidente com familiares foi abusivo.
A decisão deve ser divulgada na íntegra na quinta-feira (28) e deve trazer recomendações para que o Estado Brasileiro garanta uma reparação a Lula. A decisão é legal e vinculante e, com o Brasil tendo ratificado os tratados internacionais, o Estado tem a obrigação de seguir a recomendação. A defesa de Lula e o governo Bolsonaro já foram notificados do parecer.
O silêncio do Jornal Nacional diante da decisão reforça a cumplicidade do telejornal com os abusos da Operação Lava Jato. Para especialistas, o papel dos grandes meios de comunicação é fundamental na execução de práticas de lawfare – perseguição jurídico-política que foge às regras constitucionais.
Com informações Revista Fórum
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