Dados fornecidos pela plataforma eSocial, do Governo Federal, mostra que houve um crescimento de 8,5% nas notificações de acidentes de trabalho no primeiro semestre deste ano, comparado ao mesmo período de 2023. Foram registrados 7.292 casos, um acréscimo de 575 ocorrências.

Em relação aos óbitos, os números permaneceram estáveis, com 50 registros no primeiro semestre de 2024 em comparação a 49 no mesmo período do ano passado. A maior quantidade de ocorrências de mortes em 2023 no ambiente laboral está no transporte rodoviário de cargas (27). Outras atividades com registros altos são: construção civil (20), atividades agropecuárias (15) e indústrias de transformação (13), que somadas são mais da metade dos óbitos do ano – 107 no total.

Para o dirigente dos Comerciários de Itabuna e presidente FEC Bahia, Jairo Araújo, esse aumento de acidentes deve alertar para se reforçar medidas de segurança no ambiente de trabalho. “As Cipas podem jogar papel importante na prevenção, mostrando situações que levam alguém a se acidentar e exigindo que as empresas forneçam os EPIs [Equipamentos de Proteção Individuais]”, pontua.

O sindicalista diz que é preciso reverter os retrocessos promovidos pelos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. “Eles implantaram a reforma trabalhista, acabando vários direitos importantes e facilitando a precarização do trabalho. É lamentável, no Século 21, ver tanta inovação tecnológica e constatar trabalhos precarizados e com grande risco de acidentes e mortes, em quase todas as atividades. Tem ainda problemas como assédio moral e pressão para se atingir metas absurdas, que adoecem mentalmente trabalhadores e trabalhadoras”, enfatiza.

Segundo Jairo Araújo, é por isso que a FEC, a CTB e demais centrais sindicais defendem o Brasil com desenvolvimento e valorização do trabalho. “Atuamos junto ao Ministério do Trabalho, para tentar rever vários pontos das reformas trabalhistas de Temer e Bolsonaro. O governo Lula precisa avançar nesse sentido. O País está apresentando bons números na economia, na massa salarial e na geração de empregos. Tudo isso tem a ver com as políticas implementadas e com a marca forte da classe trabalhadora, que precisa ter uma vida digna”, defende.

com informações Ministério do Trabalho