A polêmica envolvendo as emendas parlamentares no Congresso Nacional chega agora com uma denúncia grave, feita pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o deputado Adolfo Menezes (PSD). Durante entrevista a Mário Kertész, na rádio Metropole, ele denunciou o uso de emendas parlamentares e órgãos públicos, como a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), para manter prefeitos na gestão de municípios baianos.
O parlamentar conversou com o radialista nesta quinta (30) e revelou a venda de emendas na área da Saúde. “Se as emendas chegassem ao seu destino da forma que está no papel, ótimo. O problema é que colocam a emenda para uma estrada e não se faz a estrada ou faz superfaturado. Mas a briga maior é para colocar o dinheiro na Saúde. Por que na Saúde? Não porque estão preocupados em salvar vidas. É porque na Saúde tem gente vendendo emenda. Essa é a escalada que chegamos. Foram R$ 196 bilhões em seis anos, que foram mandados aí pelo Brasil sem saber quem mandou e para onde foi”, criticou.
Menezes reconheceu o esforço do ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino, que já suspendeu o envio de emendas e vem cobrando transparência nesse processo. “Diante da configuração do Congresso, esse é um processo que vem gerando tensionamento, inclusive com pedido de impeachment contra o ministro. Não porque o ministro está errado, mas porque está contrariando interesses de muitos lá dentro”, ponderou.
O presidente da Alba afirmou que, diante desse jogo de emendas e da sensação de que não existe Justiça, dificilmente algum candidato conseguirá derrotar um prefeito que tenta reeleição. Adolfo disse que já se reuniu para tratar a conduta de gestores municipais com o procurador-geral de Justiça da Bahia, Pedro Maia, e a presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargadora Cynthia Maria Pina Resende. “A demora do rito do Judiciário faz com que muitos acreditem que não há Justiça”, enfatizou.
Sem mencionar o nome do município, o deputado citou o exemplo de um prefeito baiano e 11 pessoas de sua equipe, incluindo secretários, que chegaram a ser presos por seis meses, após uma investigação do Ministério Público. Na eleição seguinte, o gestor foi reeleito com o triplo de votos.
com informações do Metro1
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