Ao lado de todos os benefícios que a internet tem trazido para a humanidade, muitos problemas estão preocupando as famílias e a sociedade. Como o debate sobre os limites da Inteligência Artificial e distúrbios causados em crianças e adolescentes.
“O uso intenso da internet e de redes sociais por adolescentes equivale a deixar uma criança em praça pública e depois voltar para ver o que aconteceu”. É o que afirma Vera Laconelli, doutora em psicanálise pela USP, diretora do Instituto Gerar de Psicanálise e colunista da Folha de S.Paulo.
“Aquilo que poderia ter levado mais anos foi acelerado e agente ‘liberou geral’ para este uso. E, agora, retroceder isso, tirar o uso de um produto que é totalmente aditivo, ou seja, que cria dependência psíquica, é um processo que vai depender de algumas ações importantes dos pais, da sociedade e do Estado”, disse a especialista em entrevista ao podcast O Assunto, do g1.
Segundo Vera Laconelli, é possível identificar os sinais de alerta mais perceptíveis e saber quando é preciso buscar ajuda profissional por causa dos danos na saúde mental.
“Ficar lá no mundinho dele faz parte. Mas a gente tem, no dia a dia, algumas coisas, por exemplo, coisas físicas. A criança está se alimentando? A criança está cuidando do corpo? Ela está dormindo? Como é a aparência dessa criança? Está muito fragilizada? Engordou de mais, emagreceu de mais? Não dorme, troca o dia pela noite? Coisas que são muito fora do que é desejável”, destacou.
E complementou: “Outras coisas são aquelas crianças que estão sempre tristes, que não conversam nunca, que você não consegue tirar um sorriso, não querem estar nunca com você ou com os adultos da família. Também é uma questão a se pensar”.
SINTOMAS
Para Vera, é importante observar se ele fica sozinho em algumas vezes, mas se tem amigos, se sai e vai em festas com a turma e se tem uma vida social, por exemplo. “A gente vai ficando de olho neles e vai vendo se aquilo é só com a gente, [mas] se ele consegue curtir. Então, a criança muito fechada, a criança que você vai vendo uma fragilidade física, psicossomática, como a gente diria, é uma criança que inspira cuidados”, enfatizou.
Ela lista os sintomas mais gritantes entre adolescentes, como “aqueles que estão sempre ansiosos , sempre chorosos”, e o que fazer. “Vale sempre sentar com a criança e escutá-la, mais do que falar. E, na dúvida, apelar ali para o pediatra da família, o tio ou a tia com quem ele tem mais proximidade, porque as vezes, ele não se abre com os pais justamente porque os pais são as pessoas mais envolvidas afetivamente e ele não consegue se abrir com as pessoas que ele mais ama.”
com informações do g1 / foto? Revista Crescer
Compartilhe no WhatsApp
Comments