Uma das marcas da gestão do presidente Jair Bolsonaro tem sido ser influenciado pelos filhos e, sempre, colocar para outros responsabilidades que seriam do governo. Vários episódios confirmam isso. Ficaram marcadas frases do presidente como: “Chefe, o Brasil tá quebrado e eu não consigo fazer nada” e “Paulo Guedes é o homem que decide a economia no Brasil”, ditas a apoiadores no famoso “cercadinho” em frente ao Palácio do Planato.

Sobre o desastre de sua gestão para combater a Covid-19 e conter a disseminação do novo coronavírus, disse que o STF o impediu de agir. Quando, na verdade, ao ver o descalabro, o Supremo garantiu que os governos estaduais pudessem tomar medidas, mas deixando claro que o governo federal deveria coordenar as ações.

“TAIS FILHOS, TAL PAI”

Outros episódios mostram como os filhos influenciam o que o presidente deve encaminhar. Na CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta afirmou que o vereador carioca Carlos Bolsonaro (o “02”), participou de reuniões ministeriais.

Os jornalistas Jussara Soares, Eliane Oliveira e Geralda Doca, que cobrem Brasília, relatam que há um gabinete instalado no Palácio do Planalto, onde atuam os três filhos de Jair Bolsonaro. O Senador Flávio Bolsonaro (o “01”), por exemplo, influiu em nomeações no Judiciário e ministérios como Saúde e Cidadania. Deu aval para promoção do atual presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, e para mudanças no comando da Previ.

Na nas discussões do governo sobre internet 5G, o “02” Carlos retomou o protagonismo na comunicação do governo. Já o “03”, Eduardo, depois da saída de Ernesto Araújo do Itamaraty, interferiu para que o assessor da Presidência Filipe Martins não fosse demitido após o episódio em que fez um gesto associado a supremacistas brancos durante uma audiência no Senado.

Resumo da ópera: em Brasília, “o homem da casa” são os outros. Por isso, Jair Bolsonaro se tornou um presidente desnecessário.

A Redação