Criado em 2003 para combater a pobreza e a desigualdade no Brasil, o Programa Bolsa Família tem dificuldades de cumprir seu objetivo. Em sete anos, o poder de compra para quem depende do benefício é o pior, por conta da alta da inflação.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o valor pago hoje permite que uma família adquira apenas 30% de uma cesta básica completa para uma única pessoa.
De acordo com o Ipea, a inflação prejudica mais quem tem pouco ou quase nada. A pressão ocasionada pela taxa é maior entre os brasileiros com menor renda. Em um ano, para famílias de renda muito baixa, o índice aumentou em 10,6% e na classe de renda alta a alta foi de 8%. Ou seja, quem ganha menos gasta bem mais.
Em 2015, por exemplo, o benefício possibilitava acesso à quase metade de uma cesta básica mensalmente. A economista Patrícia Costa, supervisora de preços do Dieese, destaca que a situação está diretamente ligada às escolhas políticas econômicas do país.
“O Brasil vem exportando seus principais alimentos num volume extremamente alto, e durante a pandemia. Então, no momento de uma crise sanitária, da qual você desconhece a proporção, você simplesmente continua exportando, quando o certo era diminuir esse movimento, como outros países fizeram. Mas, no Brasil, isso não aconteceu, porque aqui tudo foi tratado como uma ‘gripezinha‘”, enfatizou.
Com informações do Metropóles
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