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Igreja “diz amém” ao machismo e proíbe mulheres de tocarem em cultos 

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Em artigo para a Carta Capital, a evangélica e cientista social Simony dos Anjos aborda o relato de uma fiel sobre machismo na Congregação Cristã do Brasil (CBB), igreja de templos suntuosos e  orquestras muito bem ensaiadas. Com o nome fictício de Miriam*, ela falou de algumas situações que acontecem na instituição.

Antes de entrar no problema, Simony, que também é mestra em educação, doutoranda em antropologia, da Rede de Mulheres Negras Evangélicas e articuladora da Coalizão Evangélica Contra Bolsonaro, fala sobre o protagonismo da mulher no Evangelho.

“Como disse Sojourner Truth, “seu Cristo nasceu de uma mulher” e, acrescento, foi às mulheres que Ele se anunciou após a ressurreição. Foram mulheres que, enquanto os homens estavam escondidos, se levantaram para cuidar do corpo de Jesu: Maria Madalena, Maria de Betânia, a Mulher do Fluxo de Sangue, Maria, Isabel.

Mirian a procurou por estar aflita com uma situação que tem vivido na CBB. Ela relatou que lá, mulheres não podem ser anciãs (nome da função de liderança nesta igreja), não podem ser cooperadoras ou, ainda, tocar na orquestra. Violinos, trompas, trompetes e demais instrumentos sinfônicos são proibidos para as mulheres. Às mulheres, são destinados os cargos de organistas, apenas. Isso causa angústia para as musicistas da Igreja.

SOBERANIA MASCULINA

A fiel confessou sua tristeza por essa postura da Igreja: “Nós, mulheres, somos impedidas de servir a Deus com nossos dons e talentos. Ora, se meu dom é tocar violino, porque não poderia fazê-lo para Deus?” Mirian me diz, ainda, que a violência doméstica é recorrente na denominação. Quando uma mulher relata um casamento abusivo, a postura dos cooperadores sempre é: ‘vamos orar”.

Segundo ela, o sentimento de várias mulheres que frequentam a CCB é o de que a soberania masculina na Igreja limita a própria espiritualidade delas. Geralmente, quando são questionados os líderes dizem: “se não está satisfeita com a doutrina, saia da Igreja”. Mirian, contudo, se mantém firme na Igreja, pois ela não quer sair e quer transformá-la, para que seja melhor. “Nós temos o direito de usufruir plenamente de nossa religião”, afirmou.

*Nome fictício que representa quatro mulheres que procuraram Simony para denunciar essa situação na Congregação Cristã do Brasil, mas temem revelar seus nomes.

com informações da Carta Capital

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