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Igreja Católica despeja famílias de casa ocupada

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Na manhã desta quarta (17), famílias foram surpreendidas pela presença de um oficial de justiça, um caminhão de mudança e policiais militares para que saíssem do imóvel localizado na Rua Professora Sebastiana da Silva Minhoto, no bairro do Tatuapé, na zona leste da capital paulista. O imóvel é de propriedade da Arquidiocese de São Paulo, segundo o site Ponte.

“A gente não tem para onde ir, então o jeito é voltar e ocupar de novo. A gente sabia que tinha uma reintegração, mas não sabia que ia acontecer hoje”, lamenta a dona de casa Tauana Oliveira da Silva, 26, que vivia com o esposo e os filhos de quatro e cinco anos na casa ocupada em julho de 2020, pelo menos por 15 pessoas.

“Tem criança, tem mulher grávida, e não recebemos nenhum tipo de ajuda, nem da Igreja, nem da Prefeitura”, denuncia Tauana. No momento em que falava com a reportagem, ela estava no 31º DP (Vila Carrão) após ter sido levada por policiais militares sob alegação de desacato. “Eu estava fumando uma pontinha de maconha para me acalmar, porque a gente está vivendo de doação, um desespero, o policial mandou jogar no chão e pisar para apagar, eu fiz isso, mas começou um esculacho, me xingaram, mandaram tomar no…”, afirma. “Eu fui para longe e falei ‘policial de merda’, ele ouviu e já me levou para a viatura”.

O marido dela disse ao site que, na última sexta (12), procuraram a Defensoria Pública e que um advogado teria sido designado, mas só teve contato com o conteúdo do processo pouco tempo antes da reintegração. Nos autos, que a reportagem acessou, ainda não consta nenhuma manifestação em prol das cinco famílias, nem de advogado ou da Defensoria Pública.

A Arquidiocese entrou com a ação judicial com pedido de reintegração de posse em novembro do ano passado, solicitando a saída imediata dos ocupantes e, caso a solicitação fosse considerada procedente, que fossem condenados a pagarem os honorários, que são os serviços advocatícios prestados. Na petição, informou que o imóvel era usado como “almoxarifado/depósito” e que o local servia como “ponto de apoio às atividades sociais e pastorais” da Paróquia São Judas Tadeu. O imóvel pertence à entidade desde 1988.

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