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Hospital Materno-Infantil de Ilhéus prepara atendimento para indígenas

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A saúde dos povos indígenas terá atenção especializada no Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, que deu início a fase para credenciamento do Serviço de Atenção Especializada à Saúde Indígena do sul da Bahia junto ao Ministério da Saúde.

Uma equipe técnica do hospital já trabalha na construção do Plano de Ação que visa atender mulheres gestantes de alto risco, bebês e crianças destas comunidades da região. Diretoras do hospital estiveram reunidas com representantes da etnia Tupinambá, de Olivença, da Secretaria de Atenção Indígena (SESAI), órgão do Ministério da Saúde. “É uma aproximação para que as mulheres indígenas também se reconheçam neste espaço”, explica Távila Guimarães, chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena na Bahia.

Na região a população indígena é estimada em oito mil habitantes e o hospital vai ofertar um cuidado com práticas interculturais, respeitando a tradição dos povos indígenas. “O que queremos é que elas se sintam mais seguras, fortalecidas estando aqui. A cura não vem só da internação e do remédio. Vem, também, de quando você fortalece sua própria identidade. E muitas vezes tudo o que te cerca, todo esse cuidado, também contribui com a cura de uma criança ou de uma mulher grávida”, explica a diretora médica da instituição, doutora Esther Vilela.

APRENDIZADOS

Segundo a diretora-geral, a psicóloga Aline Costa, a missão do hospital é receber estas populações, mas não só com a racionalidade médica. “Isso vai exigir da gente um deslocamento de como a gente pode ver o outro e de como podemos aprender outras culturas”, destaca. A proposta é de composição de quartos temáticos, com alusão aos utensílios próprios, as coisas que são da cultura indigenista. O projeto perpassa ainda pela capacitação de uma equipe multidisciplinar que pense melhor desde a forma de acolhimento até a alimentação.

O projeto não é atrair para o hospital as mulheres indígenas fortes, saudáveis, que podem parir em seu próprio ambiente comunitário, social. Mas oferecer condições humanizadas, respeitando as características culturais de um povo, às mulheres que precisam de um parto hospitalar.

Segundo os técnicos que visitaram o hospital materno-infantil, a proposta é que com a habilitação deste serviço especializado, o HMIJS seja inserido no programa federal de Incentivo para Atenção à População Indígena (IAPI), que visa adaptar o hospital para questões culturais e práticas compartilhadas de cuidado.

A representante do SESAI em Brasília, Alexandra Galvão, elogiou a estrutura do hospital e o seu modelo de funcionamento, desde as condições de higienização, passando pela organização de serviços e do modelo acolhedor no atendimento às mulheres e aos bebês.

com informações da Sesab

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