Não bastasse a dor de cabeça com os péssimos resultados nas pesquisas eleitorais, o presidente Jair Bolsonaro vê seus subordinados colocando mais polêmicas no cenário. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou que o Brasil tem uma perspectiva “cruel” para 2022 por não produzir uma vacina contra a Covid-19.
A declaração nesta terça (14), na formatura do Curso de Aperfeiçoamento e Inteligência, para agentes já em atividade na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). “A guerra pela venda de vacinas é uma guerra suja, é uma guerra movida a muito dinheiro, como nunca houve no mundo tanto dinheiro disponível. Isso está sendo disputado palmo a palmo. Isso significa uma hegemonia mundial. E o Brasil está correndo atrás. Já comentou várias vezes que está produzindo a vacina, não sei o quê, mas está passando o tempo da pandemia e a vacina brasileira ainda não está disponível”, disse.
Heleno deixa escapar que o governo está perdido: “Então nós estamos gastando dinheiro que nem temos para poder manter esse nível de vacinação que nós temos hoje, invejável, porque nós não somos produtores da vacina. Um nível invejável de vacinação. Então nós estamos caminhando para um ano extremamente difícil no Brasil. Poucos países têm uma perspectiva tão cruel de 2022 quanto o Brasil.”
No mês de março, Jair Bolsonaro afirmou em cadeia de rádio e TV que o país seria autossuficiente na produção de vacinas contra a Covid “em poucos meses”, o que não aconteceu.
Questionado pela coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, sobre suas declarações, Augusto Heleno disse: “O GSI deixa de se manifestar por tratar-se de demanda que aborda o assunto fora de contexto”.
RESUMO DA ÓPERA – Os atritos e as falas desconexas de integrantes do governo revelam que não há comando, a partir do presidente da República, sobre a análise dos problemas e caminhos para solucioná-los. O resultado é um país à deriva, sem perspectiva de conter a crise para melhorar a economia e gerar empregos. A fala do general Augusto Heleno põe mais “fogo no parquinho” do governo Bolsonaro.
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