O conflito que se transformou em guerra entre Rússia e Ucrânia terá desdobramentos em vários países do mundo. Segundo a UNU, mais de meio milhão de pessoas deixaram o país e os números atuais contabilizam 136 civis mortos e 304 feridos (sendo 13 crianças).
Especialistas avaliam que as posições tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) — como a visita a Moscou uma semana antes dos ataques e declarações de dúbias diante da guerra — colocam o país na rota indireta do conflito.
Segundo Gustavo Pessoti, presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia, a relação diplomática influencia diretamente nos rumos econômicos. O Brasil já teme impactos provocados pela inflação, sobretudo nos preços dos combustíveis, e nas commodities relacionadas ao agronegócio. Os principais produtos que o Brasil importa da Rússia são ligados à agricultura, especialmente fertilizantes.
“A gente tinha uma economia em curso que, sem a guerra, já tinha tendência de processo inflacionário aquecido em 2022. Todas as grandes instituições do mercado brasileiro e o próprio boletim Focos já reconheciam, em fevereiro, condição adversa para o país pelas questões internas: elevações constantes de preços, taxa negativa do PIB e alta do desemprego. Com a guerra, aumenta o pessimismo nas relações internacionais. Um conflito desequilibra totalmente a relação de oferta e demanda de produtos. A guerra desalinha a macroeconomia mundial”, explica Pessoti.
IMPACTOS NA BAHIA
De acordo ainda com o professor, os efeitos nacionais também reverberam na Bahia, aumentando preço de produtos e emperrando o crescimento econômico do estado.
“No campo da vida dos baianos, piora. Porque a Bahia é um estado que sofre com problemas de desemprego, e uma instabilidade dessas eleva a taxa do Brasil e consequentemente a da Bahia. Então, o baiano comum vai sofrer as consequências de uma economia mais instável e que deve ter uma taxa de crescimento menor também. Ainda não há projeções de taxa de crescimento para Bahia em 2022, mas certamente ela terá um ímpeto menor do que teria se não tivesse a guerra”, analisa Gustavo Pessoti.
Com informações do Metro1
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