Toda vez que um governo popular implanta políticas econômicas que buscam melhorar a distribuição de renda, dando aumentos reais ao salário-mínimo e garantindo investimentos em saúde e educação públicas, as elites reagem através dos grandes veículos de imprensa. Agora, os jornais O Globo, Folha de São Paulo e Estadão publicaram editoriais ameaçando veladamente o presidente Lula e seu principal ministro, Fernando Haddad (Fazenda).
Estranhamente, as crítias acontecem paralelo ao bom momento da economia, inclusive para os grandes setores produtivos, mas também para as classes menos favorecidas. Geração recorde de empregos em 1 ano de 5 meses de governo (2,728 milhões, até abril), inflação sob controle, PIB crecendo (2,9% em 2023 e projeção de 2,5% para 2024), mais de 24 milhões de pessoas que deixaram de passar fome (eram 33 milhões em 2022).
Mas, eles criticam escondendo os reais interesses de manter um país desigual. O Globo (da família Marinho) defende que Fernando Haddad promova um ajuste fiscal cortando despesas públicas que beneficiam aposentados e a população mais pobre do País. “Não dá mais para cumprir meta fiscal ampliando receitas. É urgente desvincular os benefícios do INSS do salário mínimo e as despesas com saúde e educação da arrecadação”, escreve o jornal.
“O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, faz bem em levar medidas de contenção de despesas para apreciação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É urgente controlar os gastos públicos. Sem isso, a credibilidade já desgastada do arcabouço fiscal aprovado há menos de um ano continuará a deteriorar-se”, prossegue o editorialista.
DONA DO PAGSEGURO
A Folha (família Frias de Oliveira) afirmou que “É Lula quem alimenta as tensões financeiras”. “Haddad diz que levará ao presidente um plano de controle de despesas. Seria boa oportunidade de aplacar a balbúrdia, mas o governo vem desperdiçando suas chances”, diz. Aliás, essa família tem seu maior lucro justamente no sistema financeiro, com o PagBank, sob o marketing de PagSeguro.
Já o Estadão (família Mesquita), fala em “fritura sem precedentes” de Haddad com a devolução da MP pelo Senado e diz que “a medida tinha ‘o aplauso’ do presidente Lula”. “O fato é que o ministro foi abandonado pelo presidente Lula em um dos momentos mais críticos de sua gestão”, emenda. O jornal coloca lenha na fogueira da relação entre Planalto e Congresso, dizendo que “a impugnação de trechos da MP foi a imposição de uma derrota acachapante a Haddad e sua agenda econômica”.
RESUMO DA ÓPERA – O governo Lula consegue produzir números positivos enfrentando uma correlação de forças desfavorável no Congresso (sua base é minoria), o mercado financeiro e a chantagem da grande imprensa. Ele busca combinar desenvolvimento e crescimento econômico com inclusão social. Mas, isso é inadimissível para as elites brasileiras. O governo precisa avançar em pautas importantes e que beneficiam parcelas da população representadas pelos movimentos sociais, movimento sindical, cultura, juventude, negros e mulheres. Isso é essencial para fazer esse enfrentamento.
com informações da Revista Fórum e Brasil 247
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