Estimulada pelas falas radicalizadas do presidente Jair Bolsonaro, a ida de caravanas com policiais militares de vários estados para Brasília, no feriado de 7 de Setembro, deixa a sociedade em alerta.
O fato aumenta ainda mais o clima já tenso na relação entre parte das tropas e governos considerados opositores pelo presidente Jair Bolsonaro. Em Mato Grosso, há relatos de policiais da ativa inscritos em caravanas que sairão de Cuiabá. Em grupos privados, policiais da Bahia também se organizam para ir a Brasília e para participar do ato previsto para Salvador.
Diante dessa movimentação, os governos estaduais monitoram possíveis atos de indisciplina, mesmo afirmando que não há clima para preocupação. Promotores da Justiça Militar e até juízes têm se movimentado para coibir a presença de PMs da ativa nos atos.
Eles destacam leis e regimentos que impedem manifestações de caráter político-partidário. E lembram das consequências de ações antidemocráticas segundo o Código Penal Militar, que prevê penas de 2 a 8 anos de prisão para crimes como incitação à indisciplina, conspiração e motim. No limite, esses crimes levam ainda à exclusão da PM.
“É preciso blindar as polícias de investidas da política ruim, que segue a cartilha do quanto pior melhor. Os policiais devem estar atentos porque [o chamado para os atos] é o canto da sereia. Políticos querem construir seu capital sobre as cinzas da população e da própria tropa. E sobram processos e graves problemas de saúde para os PMs”, avalia o coronel da reserva Nylton Rodrigues, ex-comandante da PM do Espírito Santo, convocado para assumir a força diante da greve de 2017.
Com informações do G1 e UOL
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