A posição absurda do CEO do Carrefour, de não comprar carnes do Mercosul por questionar o padrão de qualidade do produto, gerou indignação de empresários e autoridades brasileiras. Por isso, o governo Lula cobra da empresa uma retratação formal das declarações que Alexandre Bompard fez (em vídeo) a respeito da carne dos países do bloco, incluindo o Brasil.
“O movimento de prestigiar os produtores franceses é legítimo. O problema é quando ele fala em não cumprimento de regras sanitárias. Aí não aceitamos. Eles compram a carne brasileira há 40 anos”, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ao blog de Guilherme Balza, no g1. A avaliação da pasta, do Itamaraty e do Palácio do Planalto é que a reação dos produtores brasileiros, que decidiram parar de fornecer carne ao Carrefour também no Brasil, foi rápida e necessária.
O Carrefour no Brasil afirmou que está “em diálogo constante na busca de soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne”. Mas, a leitura do governo é que, se não houvesse uma resposta firme, outros países ou blocos poderiam questionar também a carne do Brasil e dos vizinhos, gerando um efeito em cascata. A aposta no governo Lula é que, diante da resposta brasileira, o Carrefour tende a moderar sua posição.
“A reação do agro brasileiro foi forte, como tem que ser, diante de um ataque à imagem da carne brasileira, sem qualquer justificativa, por protecionismo puro e simples, como se já não bastassem tarifas e outras barreiras existentes há décadas”, afirmou um diplomata ao blog.
EMBAIXADAS
Por conta do fato, a Embaixada da França no Brasil entrou em contato com Carlos Fávaro e se ofereceu para mediar o problema. A representação diplomática negocia uma reunião entre representantes do governo brasileiro e o CEO do Carrefour ou uma nova declaração do executivo para tentar contornar a situação. A Embaixada brasileira em Paris se manifestou oficialmente, por meio de nota, lamentando as declarações de Alexandre Bompard.
com informações do g1
Compartilhe no WhatsApp
Comments