A jogada eleitoreira do presidente Jair Bolsonaro (PL) para agraciar os servidores federais, com 5% de reajuste, salarial pode atingir recursos para a saúde e a educação. O governo deve cortar verbas de duas áreas prioritárias. A equipe econômica analisa o Orçamento para abrir espaço de R$ 4,6 bilhões a fim de custear o aumento a partir de julho.
O Orçamento deste ano tem uma reserva de apenas R$ 1,7 bilhão para reajustes, valor que seria destinado, inicialmente, para os policiais federais. Mas, o governo recuou por pressão de outras categorias. A estimativa é que o reajuste de 5% terá impacto de R$ 6,3 bilhões nas contas públicas em 2023, e o dobro disso no próximo ano.
Segundo os técnicos, todos os Ministérios vão dar a sua cota de “sacrifício”, mas a “tesourada” vai atingir mais as pastas com maiores orçamentos. No caso da Saúde, por exemplo, a verba destinada à área supera em R$ 8 bilhões o piso exigido pela Constituição.
A área econômica também quer cortar verba da Defesa para acomodar o gasto extra com servidores e dos demais Ministérios em menor proporção. Mas este corte pode enfrentar restrições políticas: os militares são base importante de apoio do presidente Jair Bolsonaro, que tentará a reeleição em outubro.
RESUMO DA ÓPERA – Na verdade, o presidente vem brincando com os servidores federais para melhorar sua popularidade. Primeiro, afirmou que daria reajuste só aos militares e profissionais da segurança pública. Com a pressão de várias categorias do funcionalismo, teve que fazer uma proposta de reajuste linear. Sem noção do Orçamento e da realidade do País, Bolonaro e Guedes encontram como saída retirar verbas de duas áreas estratégicas. Os servidores precisam ser valorizados, sim. O que não pode é o governo agir dessa forma, “jogando sujo” com os funcionários públicos e com a população.
com informações do IG/Economia
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