O governo Bolsonaro ampliou o acesso da população ao Telegram através de órgãos oficiais. Ministérios e instituições públicas oferecem o aplicativo como canal de atendimento. A estratégia é questionada por especialistas da área de tecnologia, que identificam riscos para quem assina esses serviços por meio do aplicativo.
Nas últimas licitações de adesão pública à plataforma, a Defesa Civil Nacional anunciou em fevereiro que enviaria alertas de desastres via Telegram. Em março, o Ministério das Relações Exteriores anunciou que informações sobre o serviço consular na Ucrânia pode ser obtido por telefone, Facebook e Telegram.
Outros foram mais longe. O Telegrama é adotado para fazer chamadas via bot, nome em inglês para robô. O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos tem cinco serviços com bots. A Receita Federal tem um atendimento remoto para consulta e resolução de problemas com o CPF. A CGU (Controladoria Geral da União) estendeu o bot do Telegram ao seu sistema de ouvidoria. No Portal da Transparência, da mesma CGU, o aplicativo tem ainda outra função. Existem apenas duas formas de receber notificações deste serviço, por e-mail ou Telegram.
Coordenador desse estudo, o professor Leonardo Nascimento, que atua no novo campo da sociologia digital, declarou-se “espantado” ao ver os canais com bots do governo federal. “Estão colocando o cidadão dentro da estrutura de desinformação da direita”, diz. “É como dar um aparelho de TV para que as pessoas possam ver os programas que você vai produzir”, afirmou. Ele e outros especialistas são unânimes em afirmar que o Teleger não é seguro para a prestação de serviços públicos por motivos técnicos.
com informações da Folha de S.Paulo
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