Ao que parece, a febre das bets [apostas via internet] vem carregada de “esqueminhas” e, em alguns casos, de ligação com crime organizado. Agora, surge o fato de que controladores da Globo e do SBT estariam na relação entre as emissoras e casas de apostas esportivas. As empresas solicitaram autorização ao Ministério da Fazenda para ingressar nesse mercado. Mas, a lei impede que empresas do setor adquiram, licenciem ou financiem direitos de transmissão de eventos esportivos.
Para “dar um jeito”, os grupos firmaram parcerias com multinacionais e nomearam executivos de suas empresas de comunicação para liderar os novos negócios no setor de apostas, segundo a Folha de S. Paulo. A Globo, detentora dos direitos de transmissão do Brasileirão, fechou parceria com a Leo Vegas (MGM). Paralelamente, Patrícia Abravanel lançará a marca TQJ em parceria com a OpenBet. O SBT, por sua vez, já transmite Libertadores e Champions League e deve expandir sua atuação nesse segmento.
Conforme o artigo 18 da Lei 14.790, empresas de apostas, devidamente registradas na Fazenda, e seus grupos econômicos não podem adquirir os direitos de transmissão e reprodução de eventos esportivos. O Grupo Silvio Santos confirmou sua participação na TQJ, que tem em seu conselho nomes como Patrícia Abravanel e executivos do grupo e diz que reafirma seu compromisso com a transparência e o cumprimento das leis brasileiras. O quadro societário da TQJ inclui nomes como José Roberto Maciel, presidente do Grupo Silvio Santos, e executivos da Jequiti. A empresa também contratou ex-diretores do Bradesco e da Caixa Econômica Federal para fortalecer sua equipe.
O Grupo Globo esclarece que sua participação na BetMGM é “minoritária e, portanto, não há conflito com a legislação citada.” Em meio às polêmicas, o Ministério da Fazenda informou que a análise dos pedidos de licença para operar no setor de apostas esportivas levará em conta todas as exigências legais e regulatórias. As empresas precisam apresentar informações completas sobre seus sócios e acionistas e aderir ao Conar. Apenas aquelas que atenderem a todos os requisitos serão autorizadas a operar no país.
GLOBO E A ESPORTE DA SORTE
Segundo o portal F5, mesmo com a Esportes da Sorte envolvida na operação que apura supostos crimes como jogos ilegais e lavagem de dinheiro, a Globo decidiu manter seus contratos publicitários com a empresa. Apesar da prisão de seu dono, Darwin Henrique da Silva Filho, e da influenciadora Deolane Bezerra, a empresa continua operando no Brasil. A emissora entende que, no momento, “não há impedimentos legais” para a continuação da parceria, e que essa decisão não fere as normas de negociação da área comercial.
Este ano, a Esportes da Sorte pagou R$ 80,2 milhões para patrocinar o Big Brother Brasil (BBB 24), da TV Globo. Atualmente, a empresa concentra seus anúncios nos intervalos comerciais, com destaque para os jogos de futebol que serão transmitidos pela Globo essa semana. Em nota, a empresa alega que tem fornecido informações às autoridades desde março de 2023 e considera que há uma “interpretação precipitada e equivocada dos fatos”.
com informações da Revista Fórum
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