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General diz que foi contra o golpe após Bolsonaro lhe apresentar minuta

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Mais uma revelação amplia a complicada vida de Jair Bolsonaro. Em seu depoimento à Polícia Federal, o ex-comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, implica diretamente o ex-presidente na elaboração da minuta golpista e na articulação do plano para impedir que Lula tomasse posse.

Por quase oito horas de fala, Freire Gomes afirmou que foi o próprio Bolsonaro, juntamente com o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, quem lhe apresentou duas versões da minuta golpista.

É importante lembrar que a declaração do general coincide com a delação do tenenta coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Cid teria dito à PF que o ex-presidente recebeu do então assessor especial da Presidência, Filipe Martins, a primeira versão, que previa a prisão dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado. Mas, Bolsonaro teria enxugado o documento, que em sua segunda versão previa apenas a prisão de Alexandre de , seu principal desafeto.

OBEDECIA BOLSONARO

Freire Gomes afirmou que obedecia ordens diretas de Jair Bolsonaro para que não desmontasse os acampamentos golpistas em frente aos quartéis-generais, especialmente em Brasília, local dos atos terroristas de 8 de Janeiro de 2023. O militar reiterou que, desde o princípio, se opôs ao golpe. Quem também se opôs ao golpe foi o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, que confirmou a versão em depoimento no dia 23 de janeiro à PF.

Para os investigadores, os depoimentos de Freire Gomes e de Baptista Júnior foram “consistentes” e “reveladores”, e teriam preenchido “lacunas” da delação de Cid. Eles implicam diretamente Jair Bolsonaro como líder da organização criminosa golpista.

Os dois militares confirmaram ao menos duas reuniões da cúpula das Forças Armadas com o então ministro da Defesa para tratar do golpe. Um dos encontros, após a derrota nas eleições, foi convocado pelo próprio Bolsonaro, que incumbiu o ministro da Defesa de liderar a “cadeia de comando” das Forças Armadas para o golpe.

com informações da Revista Fórum

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