Um dado preocupante sobre a saúde da população tem chamado atenção na região Nordeste. Pesquisa realizada pelo Instituto Opinion Box, divulgada pela Serasa Experian, mostra que 34% das famílias nordestinas enfrentam desorganização financeira por conta de gastos com saúde mental. As despesas com assistência psicológica já ocupam a sexta posição nas prioridades de gastos na região, à frente de custos com carros e educação.
Com o tema “O Impacto das Finanças na Saúde Mental do Brasileiro”, o estudo revela que 93% dos nordestinos entendem que investir em saúde mental pode melhorar a situação financeira a longo prazo. Já 70% das 1.766 pessoas que participaram da pesquisa, afirmam que gostariam de investir ainda mais nesse segmento.
Segundo o psicólogo clínico Nilton Correia dos Anjos Filho, a maior atenção das pessoas com a própria saúde é consequência de fatores como a piora da saúde mental da população durante a pandemia do COVID-19. “E da maior prevalência de quadros clínicos depressivos e de ansiedade, por exemplo, em várias faixas etárias. Um destaque, por exemplo, é para a população infantil e juvenil, que tem adoecido cada vez mais, inclusive com um aumento considerável nas taxas de ideação, de tentativas e de suicídio”, alerta.
Em mês da campanha Setembro Amarelo, o especialista destaca fatores que influenciam neste quadro: uso inapropriado das redes sociais e a piora das condições socioeconômicas. Por isso, existe uma maior circulação de informações e debate sobre saúde mental, contribuindo para essa maior busca das famílias por tratamentos especializados.
ENDIVIDAMENTO
A pesquisa aponta ainda que os efeitos dos problemas financeiros vão além do bolso: 73% dos entrevistados relatam que se sentem mal por pedir dinheiro emprestado a familiares e amigos. O endividamento afeta a rotina do trabalhador: 73% dos pesquisados afirmam passar boa parte do tempo de trabalho pensando nas contas a pagar.
“Nesta linha, diversos estudos têm demonstrado que a preocupação constante com dívidas pode ter um impacto negativo para muitas pessoas. Então, essas pessoas podem começar a apresentar, com endividamento, um nível mais elevado de estresse, de insônia, ansiedade, tristeza, vergonha, culpa”, aponta Nilton Correia, ressaltando o risco de que de estabelecimento de quadros clínicos, como transtorno depressivo e de ansiedade.
com informações da Tribuna da Bahia
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