Nono colocado no ranking dos 15 principais produtores de petróleo do mundo, o Brasil é o segundo entre os que registram os maiores preços de gasolina. Perde só para Noruega, onde a renda média mensal dos trabalhadores é mais de dez vezes superior a dos brasileiros. O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Economia Paulo Guedes desmantelaram o Sistema Petrobras e tornou o país vulnerável à volatilidade internacional dos preços.
Dados do site Global Petrol Prices revelam que o Brasil, entre 170 nações pesquisadas, no grupo dos países com a gasolina mais cara no mundo, ocupa a 53ª colocação, enquanto está na 118ª posição entre as gasolinas mais baratas. O preço da gasolina brasileira está 15% acima da média.
O preço na bomba stá próximo ao de outras grandes economias emergentes, como a China, 13º maior produtor de petróleo, e a Índia: cerca de R$ 7,00 por litro. Levantamento concluído no último dia 11, mostra que o valor médio do litro do combustível calculado pela ANP era R$ 7,192, enquanto a média mundial estava em R$ 6,29.
PRESSÃO DOS IMPORTADORES
Mesmo com os preços em patamar histórico, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) mantém pressão sobre a Petrobras. “Apesar da ligeira redução do câmbio e dos preços de referência da gasolina e do óleo diesel no mercado internacional, as defasagens mantiveram-se afastadas da paridade, inviabilizando as operações de importação”, afirma a entidade em nota divulgada na terça (19).
A estimativa da Abicom é de defasagem média dos preços internos em 14% para o óleo diesel e 6% para a gasolina. Nos portos usados como parâmetro (Santos e Araucária), a defasagem do diesel é de 16% e da gasolina, de 8%. No porto de Aratu (BA), onde fica a Refinaria de Mataripe, privatizada pelo desgoverno Bolsonaro, a defasagem é de 8% no diesel e 4% na gasolina, pois a empresa aplica reajustes quase semanais aos preços.
Nos cálculos, a Abicom considera a cotação internacional do petróleo, os custos do frete marítimo e o câmbio. Parâmetros da Política de Preços Internacionais (PPI) da Petrobras, adotada em outubro de 2016 pelo governo Michel Temer e mantida pelo governo Bolsonaro.
BRASIL x EUA
Dados do site global Trading Economics apontam que, para encher um tanque de 50 litros com gasolina, um brasileiro gastará R$ 358, ou US$ 76,50. É o equivalente a 14,26% da atual renda média mensal dos trabalhadores.
Nos os Estados Unidos, maior produtor de petróleo do mundo, paga-se menos de US$ 1,20 pelo litro da gasolina e a renda mensal média é de US$ 3.523. Os mesmos 50 litros de gasolina têm custo médio nacional de US$ 59,5, ou menos de 1,7% da renda média.
com informações da CUT
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