O novo capítulo da novela gás de cozinha mostra que muitos brasileiros estão chegando a pagar mais de R$ 100 por botijão de 13kg. Tem gente deixando de cozinhar todos os dias para economizar. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), desde o início do ano, o preço médio do botijão de gás aos consumidores subiu quase 30%, passando de R$ 75,29 no final de 2020 a R$ 96,89 na semana passada. A alta é mais de 5 vezes a inflação acumulada no período, de 5,67%.
De acordo com André Braz, economista da FGV, o gás de botijão compromete 1,3% do orçamento familiar, em média. Mas esse peso é maior para as famílias de renda mais baixa. Em alguns locais, os consumidores chegam a pagar R$ 135 pelos 13 kg – quase 10% de um salário mínimo. Acabam obrigados a tentar cortar outros gastos.
“A gente tem uma sociedade com uma renda baixa, um desemprego elevado, e isso já tem feito com que a gente tenha um brasileiro que consome muito menos. Está sobrando menos comida em cima da mesa”, aponta Juliana Inhasz, coordenadora de economia do Insper, ponderando que, diferente de outros produtos, o gás de cozinha não é facilmente substituível – o que dificulta para que as famílias economizem nesse item.
DEFINIÇÃO DO PREÇO
Ele é composto pelo preço exercido pela Petrobras nas refinarias, mais tributos federais (PIS/Pasep e Cofins) e estadual (ICMS), além do custo de distribuição e revenda.
Desde março, os tributos federais sobre o gás de cozinha em botijões de 13 kg estão zerados. Mas eles representavam apenas 3% de todo o valor final. Assim, outras influências de alta fizeram com que essa redução fosse muito pouco (ou quase nada) sentida pelos consumidores.
Resumindo a influência na composição do preço, a realização da Petrobras participa com 50,1%, distribuição e revenda: 34,3% e ICMS: 15,6%. É importante ressaltar que a maior fatia ainda tem o fato de que os preços da Petrobras estão atrelados ao mercado internacional, com o dólar supervalorizado frente ao Real.
Com informações do G1
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