Mais uma vez, o presidente Jair Bolsonaro (PL) coloca para terceiros resolverem problemas que ele poderia tratar. Em live nesta quinta (17), ele pediu que a Justiça cobre da Petrobras sobre o aumento no preço dos combustíveis, e não dele.
Segundo explicou, a empresa é “independente” e o chefe da Nação não tem “ascendência” sobre a estatal. Como? Ele indicou o presidente da estatal, que ainda pertence ao governo chefiado por Jair Bolsonaro. Colocou no comando um general sob alegação que estaria afinado com suas ideias.
Na semana passada, a Petrobras anunciou um mega-aumento no valor dos combustíveis nas refinarias – uma alta de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel. Um dia depois, em 11 de março, a juíza Flávia de Macêdo Nolasco, da 9ª Vara Federal de Brasília, determinou que o governo prestasse informações sobre a alta no preço dos combustíveis. O prazo terminou na segunda-feira (14/3). Como resposta o Executivo federal disse não poder interferir nos preços exigidos pela empresa.
COBRAR DOS OUTROS
“Deixar claro para a Justiça brasileira… Por favor, eu não tenho ascendência sobre a Petrobras. Se eu quiser hoje trocar o presidente da Petrobras, eu não posso trocar. Se eu quiser hoje trocar o diretor da Petrobras, eu não posso trocar. A Petrobras é praticamente independente”, disse o atordoado Bolsonaro.
“Então, cobrem da Petrobras. Isso daí é uma boa ação por parte de vocês [Justiça]. Então cobrem de quem é de direito. Não de mim, porque, se eu tivesse poderes, obviamente, poderia sugerir coisa à Petrobras e, em comum acordo, discutindo, acertaríamos muita coisa lá, visando sempre a produtividade em consequência da diminuição do preço dos combustíveis”, acrescentou.
Na transmissão desta quinta-feira, Bolsonaro reconheceu que o preço dos combustíveis está alto no Brasil, mas alegou que a cobrança “está num valor bem abaixo da média” mundial.
com informações do Metrópoles
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