Não deu outra. Ao entrevistar o candidato do PT à Presidência, o ex-presidente Lula, a primeira pergunta do apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, foi sobre corrupção. Na entrevista desta quinta (25), o petista se mostrou seguro e firme, expondo o ex-juiz Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a própria emissora, de forma indireta.
Bonner iniciou citando que o Supremo Tribunal Federal considerou Moro parcial e anulou a condenação de Lula no caso “triplex do Guarujá”, mas enfatizou que “houve corrupção na Petrobras”. “Como o senhor vai convencer os eleitores que isso não vai se repetir?”, perguntou.
“Primeiro, a corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada. Foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência, Lei de Acesso à Informação, lei contra o crime organizado, lavagem de dinheiro, Coaf, fortalecimento do Ministério Público e da Polícia Federal”, afirmou o ex-presidente, citando outras medidas de combate à corrupção criados em seu governo.
PREJUÍZOS DA LAVA JATO
Lula também citou a operação Lava Jato. “Enveredou por um caminho complicado. Saiu do limite da investigação e passou para a política. O objetivo era condenar o Lula”, declarou, criticando os resultados da operação para a economia do País, com a eliminação de 4 milhões de empregos e o fim de grandes obras tocadas por grandes empresas, que até entraram em crise.
O ex-presidente alfinetou Bolsonaro. “Quero voltar à presidência, e qualquer hipótese de qualquer crime, essa pessoa será investigada, julgada e punida. É assim que se combate a corrupção”, emendou e ironizou Bolsonaro: “Eu poderia, por exemplo, fazer decreto de sigilo de 100 anos, sabe, que está na moda? Sigilo para os meus filhos, assessores. Ou colocava um tapetão para não investigar”.
ALCKMIN E CAMINHOS PARA O BRASIL
No momento em que foi abordado sobre a economia, Lula destacou a aliança com Geraldo Alckmin e as primeiras medidas. “Ele foi governador de São Paulo por quatro mandatos, bem avaliados, e eu já mostrei como fazer a economia crescer e gerar empregos. Nossa aliança mostra que não se faz política com ódio. Nós dois estamos mais preparados e vamos iniciar retomando as grandes obras a partir de uma reunião com os governadores para estabeler as prioridades em cada estado”, pontuou.
Ao final, Lula reafirmou que vai cuidar das pessoas. “Vamos colocar novamente os pobres no orçamento para, também, ajudar a dinamizar a economia. Mais de 76% das pessoas estão endividadas e a maioria é de mulheres chefes de família. Vamos reunir o setor financeiro e o setor privado e renegociar esssas dívidas para que o povo possa viver dignamente”, declarou.
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