Após mais de 40 horas em silêncio, o derrotado presidente Jair Bolsonaro (PL) frustrou a todos ao se pronunciar na tarde desta terça (1º). Em uma breve fala, o presidente afirmou que “manifestações pacíficas são bem-vindas” e criticou ocupações.

Foi o discurso do “falou, falou e não disse nada”, não reconhecendo a vitória do seu adversário na disputa presidencial e, apenas, afirmando que “joga dentro das quatro linhas da Constituição”. E repetiu várias frases que sempre disse nesses anos de governo.

Bolsonaro disse que continuará cumprindo a Constituição. Em seguida, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que dará início à transição de governo.

“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, afirmou o presidente.

Ele discordou de ser rotulado de antidemocrático. “Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição”, pontuou.

TSE CONFIRMOU

Claro que se espera, em uma democracia, que o derrotado reconheça a vitória do adversário. Independente da falta de liturgia do cargo por parte do atual presidente, o resultado das eleições foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 19h57 de domingo, quando 98,81% das urnas já tinham sido apuradas. Àquela hora, Lula, tinha 50,83% dos votos válidos e não poderia mais ser alcançado por Bolsonaro, que contabilizava 49,17% de votos válidos.

com informações do g1