Mais uma para reforçar a péssima imagem dos militares por outros oficiais que fizeram parte do governo Bolsonaro. Agora, envolve o ex-vice-presidente Braga Netto. A Polícia Federal (PF) realizou, nesta terça (12), a Operação Perfídia, que investiga os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva, e organização criminosa praticados por servidores públicos federais.
O fato ocorreu na contratação de uma empresa norte-americana pelo governo federal (Michel Temer) para a aquisição de 9.360 coletes balísticos em 2018 pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro. Segundo a PF, “A investigação começou com a cooperação internacional da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), a qual informou que a empresa estrangeira e o Governo celebraram contrato, por meio do Gabinete de Intervenção Federal do Rio de Janeiro, com sobrepreço em coletes balísticos”.
General Walter Souza Braga Netto, que foi nomeado interventor e vice na chapa de Jair Bolsonaro no pleito de 2022, é investigado e teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça. A PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.
Além disso, a PF também revela que “as autoridades americanas descobriram o crime no curso da investigação americana sobre o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises, em julho de 2021, no qual a referida empresa ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para executar a derrubada de Moises e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano”.
TCU APONTA INDÍCIOS
Após a comunicação pelas autoridades americanas, o TCU encaminhou os ofícios e processos referentes à Tomada de Contas das compras das contratações de coletes balísticos. Os documentos apontam indícios de conluio entre as empresas e de estas terem conhecimento prévio da intenção de compra pelo GIFRJ e estimou um valor total global do potencial sobrepreço de R$ 4.640.159,40.
Foi celebrado contrato após dispensa de licitação, em dezembro de 2018, no valor de US$ 9.451.605,60 (valor global de R$ 40.169.320,80 do câmbio à época), tendo recebido integramente o pagamento do contrato no dia 23/01/2019. Após a suspensão do contrato pelo TCU, o valor foi estornado no dia 24/09/2019.
A Operação Perfídia investiga ainda o conluio de duas empresas brasileiras que atuam no comércio proteção balísticas e formam um cartel desse mercado no Brasil. Elas possuem milhões em contratos públicos.
com informações do UOL
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