Em depoimento ao Senado dos Estados Unidos, uma ex-diretora do Facebook, falou sobre uma série de vazamentos bombásticos da empresa e fez um apelo aos parlamentares pela regulamentação da rede social.
À rede CBS, Frances Haugen, de 37 anos, afirmou que os documentos vazados e publicados pelo Wall Street Journal provam que o Facebook priorizou o “crescimento em detrimento da segurança” dos usuários. “O Facebook percebeu que se mudar o algoritmo para ser mais seguro, as pessoas vão passar menos tempo no site, vão clicar em menos anúncios, e eles vão ganhar menos dinheiro.”
Haugen é formada em engenharia elétrica e de computação pelo Olin College em Massachusetts. Com um MBA pela Universidade de Harvard, ela diz em seu site pessoal ser “especialista em gerenciamento algorítmico de produtos”.
Ela disse que, com o passar do tempo, foi ficando “cada vez mais alarmada com as escolhas da empresa”. Na entrevista ao programa 60 Minutes, contou que decidiu deixar o Facebook em maio deste ano depois de se irritar com a companhia.
Antes de partir, ela copiou uma série de memorandos e documentos internos. E compartilhou esses documentos com o Wall Street Journal. Entre as revelações, estão documentos que mostram que celebridades, políticos e usuários de grande visibilidade da rede social eram tratados de forma diferente pela empresa.
O Facebook afirma, por sua vez, que os documentos vazados são enganosos e camuflam pesquisas positivas conduzidas pela empresa.
INSTAGRAM x CRIANÇAS
Haugen também falou dos problemas causados às crianças. Uma pesquisa interna do Facebook (dono do Instagram) mostrou que o Instagram estava impactando a saúde mental dos adolescentes. Mas, a empresa não compartilhou essas descobertas quando sugeriram que a plataforma era um lugar “tóxico” para muitos jovens.
Segundo publicação do Wall Street Journal, 32% das adolescentes entrevistadas disseram que quando se sentiam mal com seus corpos, o Instagram as fazia se sentir pior.
No Senado americano, em uma audiência intitulada “Protegendo Crianças Online”, Haugen pediu aos parlamentares uma regulamentação do Facebook, que ela compara às empresas de tabaco que por décadas negaram que fumar faz mal à saúde.
Com informações da BBC
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