Duas jovens estudantes cientistas baianas, Rafaela Oliveira e Érica dos Santos, do Centro Territorial de Educação Profissional de Medeiros Neto, conseguiram transformar lixo da agroindústria em lenha sustentável. Orientadas pelo professor Xisto França, elas criaram briquetes, um combustível feito de materiais recicláveis. Nesse caso, os bagaços de cana-de-açúcar unidos pela pectina da casca do maracujá, um aglutinante natural que age como cola.

França ressalta a importância de despertar o interesse dos estudantes pela pesquisa científica. “O resultado é o desempenho de habilidades práticas e teóricas em formas inovadoras na região. O objetivo foi produzir um biocombustível sólido que fosse acessível, eficiente e ambientalmente correto”, explicou.

A descoberta vai beneficiar produtores de Medeiros Neto e cidades vizinhas. “Os produtores podem reduzir custos com energia térmica, especialmente em atividades como secagem de produtos, aquecimento de água ou preparo de alimentos. Além disso, essa alternativa sustentável gera uma fonte de renda extra. Isso permite que os próprios produtores possam fabricar e comercializar a lenha ecológica, agregando valor à prática”, destaca Xisto.

Em fase de desenvolvimento, a pesquisa conta com apoio da Secretaria da Educação (SEC) e será aprimorada com foco numa expansão futura. “Nossa ideia é desenvolver métodos mais eficazes para extração da pectina da casca do maracujá. Caso os resultados sejam promissores, queremos desenvolver uma nova ferramenta para atingir números maiores durante a produção”, vislumbra o professor, que tem parceria com a Usina Santa Maria e a pesquisadora Rafaela Oliveira.

com informações da SEC-BA