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Estudante indígena baiana selecionada para conferências da ONU

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A juventude da Bahia terá representante em três conferências promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), para discutir Mudanças Climáticas (UNFCC). Trata-se da estudante indígena do curso de Direito da UEFS, Açucena Marinheiro da Silva.

Quem fez a seleção foi o Latin American Youth Climate Scholarships (Laycs), projeto que tem o objetivo de conceder ‘bolsas climáticas’, visando promover a participação de jovens latino-americanos, negros e indígenas em fóruns internacionais sobre o tema.

A primeira participação será na Conferência SB58, que acontecerá na Alemanha, de 05 a 15 de Junho. Em seguida, tem a COY (Conferência de Jovens) e a COP28, que ocorrerão entre novembro e dezembro, nos Emirados Árabes Unidos.

PROCESSO SELETIVO

A seleção ocorreu em duas etapas. A primeira foi uma prova escrita para verificar o vínculo da candidata com as questões climáticas. Açucena revela que buscou demonstrar ”como a falta de demarcação de terras indígenas influencia nos impactos ambientais e culturais”. A segunda etapa foi em uma entrevista sobre meio ambiente. Nossa estudante diz que se inspirou no encontro que teve alguns dias antes em Brasília com lideranças da sua aldeia.

“Logo pensei que nada mais justo do que relacionar as respostas com a as questões territoriais, em específico do povo Tumbalalá (meu povo) que fica ao norte da Bahia, as margens do Rio São Francisco e que tem como bioma à caatinga, bioma exclusivo do Brasil que não é considerado patrimônio nacional. Assim, busquei relatar os impactos ambientais e a sua repercussão na identidade indígena do povo Tumbalalá”, diz.

Coordenadora do curso de Direito e professora da Disciplina Direito Internacional,  Márcia Misi comemora a seleção de Açucena num universo de milhares de candidaturas em todo o território brasileiro. E afirma que a participação nessas conferências promove visibilidade internacional às lutas do seu povo e aproxima o curso de fóruns internacionais.

Açucena foi uma das duas indígenas brasileiras selecionadas diante de uma média de 5.700 inscrições; “Sempre que uma oportunidade aparece em minha vida costumo dizer a mim mesma que foram os encantados que me deram e por isso tenho em mim que não irei só, irei com a ancestralidade e com o meu povo”, destacou.

com informações da Uefs

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