Entregadores de empresas por aplicativo não estarão ON nos próximos dias 1 e 2 de julho. A categoria promete uma grande paralisação em todo o Brasil, por melhores condições de trabalho e pele aprovação de um “Projeto de Lei popular” que obrigue as empresas a garantir, entre outros itens, a taxa mínima de R$ 10 por entrega, um piso mínimo de remuneração, o fim dos bloqueios sem justificativa, idade reduzida para aposentadoria e um limite para a jornada de trabalho, com pagamento de horas extras.
Segundo o movimento Entregadores Unidos pela Base, mobilizações estão confirmadas, ao menos, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Piauí, Maranhão e Rio Grande do Sul.
“A gente está planejando fechar os hubs e os maiores pontos de coleta de Porto Alegre. O iFood começou a dar promoção para desmobilizar nosso movimento. Mas a gente está construindo o breque, mostrando que é só artimanha como o iFood sempre faz”, conta o entregador Ângel Rosseti, da capital gaúcha.
PRECARIZAÇÃO
“Esse breque está sendo pensado como parte daquilo que começou a nascer em 2020, na época da pandemia. Acho que ficou evidente para toda a população o grau de exploração da categoria, que é vitrine desse processo de precarização que não se limita só aos entregadores. Os entregadores cumprem um papel fundamental para mostrar à sociedade a urgência e também a possibilidade dessa luta”, defende Renato Assad, entregador em São Paulo.
O trabalhador fala da jornada estafante. “Estamos tentando pressionar tanto o poder público quanto as empresas. E dizer para a sociedade que nós, hoje, sofremos uma exploração desumana. O modelo de trabalho se assemelha muito àquele do final do século 19, começo do século 20. Ou seja, jornada de 12h, 13h, 14h diárias e uma subsistência precária. Que cria uma categoria que quase não consegue subsistir”, descreve.
REUNIÕES EM BRASÍLIA
Com o tema “Unificar a luta contra a exploração”, a greve dos dias 1 e 2 de julho acontece simultaneamente a reuniões de um Grupo de Trabalho (GT) instalado pelo governo Lula e que tem até 28 de setembro para elaborar uma proposta de regulamentação do trabalho em aplicativo no país.
O grupo tem 15 membros do governo federal, 15 das empresas e 15 dos trabalhadores. Estes últimos, com exceção de quatro integrantes da Aliança Nacional dos Entregadores (ANEA) que não são sindicalizados, estão sendo representado por centrais sindicais. As próximas reuniões serão nos dias 4, 5, 18 e 19 de julho.
com informações do Brasil de Fato
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