A pesquisa “Empreendedoras e Seus Negócios 2024”, realizada pelo Instituto RME e a Rede Mulher Empreendedora mostra que as empreendedoras pretas e pardas enfrentam mais dificuldades financeiras que as demais. Cerca de 52% delas relatam estar endividadas. Entre as brancas, o percentual é de 45%. O problema resulta de problemas como acúmulo de funções entre a administração do negócio e as demandas familiares e domésticas, a falta de educação financeira e a dificuldade de acesso a crédito e financiamento.
“62% das mulheres pretas e pardas são chefes de família e elas têm menor disponibilidade de tempo para estudos e para o desenvolvimento de temas relacionados à gestão financeira, o que, aliado à falta de apoio financeiro, acaba influenciando na capacidade de evitar o endividamento. Precisamos repensar, enquanto sociedade, toda a lógica da economia do cuidado, que hoje recai principalmente sobre as mulheres negras, deixando-as sobrecarregadas. Uma solução é Investir em educação e desenvolvimento, além de aumentar a oferta de cursos gratuitos que se adequem à rotina delas”, explica Luciana Xarim, CFO do Instituto RME.
Entre as ações para fortalecer o empreendedorismo feminino negro, Xarim destaca o aumento do número de creches e escolas, especialmente nas periferias, e o estabelecimento de percentuais específicos de créditos em programas nacionais voltados exclusivamente para esse público. “As organizações sociais que atuam nessa área também devem publicizar cada vez mais os projetos e cursos gratuitos com foco no desenvolvimento dessas empreendedoras em temas essenciais e relevantes para seus negócios, como gestão financeira, marketing e planejamento de tempo”, afirma.
O próprio Instituto RME e a Rede Mulher Empreendedora oferecem, entre outras ações de advocacy junto ao Governo Federal para a criação de políticas públicas, cursos, mentorias, networking e microdoações (ou capital semente) para impulsionar os negócios geridos por mulheres.
com informações do A Tarde
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