Ainda sem ter o apoio que merece, mas crescendo no País, o futebol feminino tem ajudado meninas a terem acesso ao esporte, especialmente em lugares carentes. Como em Pernambuco, onde Karina Paz comanda o projeto Jogadeiras, no bairro do Rio Doce, na cidade de Olinda.
O futebol contribui para estimular a confiança, a autoestima e proteger mulheres do assédio, da gravidez precoce e da violência. As participantes são garotas de 12 a 17 anos, em média. A própria Karina sofreu muito com esse tipo de situação, já que foi vítima de um relacionamento abusivo durante 13 anos.
“Quando falamos de vulnerabilidade, a gente foca muito nos meninos, né? Essa mesma vulnerabilidade existe para as meninas, mas de uma forma silenciada, naturalizada, que só passando na pele para perceber suas nuances”, afirmou Karina ao site Razões Para Acreditar.
Segundo a ativista, mais do que a prática de esporte, é uma iniciativa que transforma vidas. A equipe do projeto conta com uma psicóloga para acompanhar a saúde mental das meninas e toda a gestão é feita por mulheres, incluindo a treinadora.
IMPACTOS POSITIVOS
Mas, as participantes ainda precisam superar o preconceito. No início, os meninos que usam o mesmo campo para treinar não viam com bons olhos a presença das garotas. Felizmente, isso mudou. “Hoje, eles super reconhecem o talento, a força, a garra e o direito delas de jogarem também. É um trabalho que fazemos dos dois lados. Ao mesmo tempo que geramos entretenimento pra eles, geramos respeito pra elas”, afirma Karina.
O campo é fruto de uma ação social, construído em parceria com a love.fútbol, organização sem fins lucrativos ligada à empresa Rexona que usa o esporte como plataforma de desenvolvimento social.
Karina destaca que a realidade da comunidade mudou muito com a construção do campo. A violência caiu em até 90% e mais de 600 pessoas utilizam o espaço toda semana. Com a visibilidade, o poder público passou a olhar para todo o entorno com mais atenção. As autoridades iluminaram as ruas e implantaram a coletiva de lixo, por exemplo.
Com informações do Terra
Compartilhe no WhatsApp
Comments