Mais um escândalo da família Bolsonaro joga por terra (nesse caso por mar). Um evento de surfe receberia R$ 1 milhão de uma emenda parlamentar do deputado federal Eduardo Bolsonaro. O primeiro detalhe: Uma das etapas aconteceria na cidade de São Paulo, que não tem praia.
No fio da meada, há solicitação de orçamentos a três empresas. Duas delas correram para afirmar que nunca participaram da disputa e que não enviaram proposta alguma. Os representantes dessas entidades, a Fábrica de Eventos e a Match Esportes, se pronunciaram oficialmente e, após verem os documentos, disseram que os orçamentos são forjados.
Para complicar, a terceira empresa, a Tenisarte, que venceu a concorrência, não mantém qualquer meio de contato público, exceto um telefone que consta no site da Receita Federal, embora ninguém o atenda. Quem fez as “cotações” foi o Instituto Vincere, que ao ser cobrado disse não ter muito conhecimento sobre o assunto, já que uma “colaboradora do Maranhão” teria ficado encarregada de resolver a concorrência do projeto levado por Eduardo Bolsonaro à Câmara.
Eles disseram ainda que não mantém relação alguma com o deputado, algo incompreensível para o fato de o projeto ter ido parar nas mãos do parlamentar e ter sido apresentado numa emenda. O Instituto Vincere organiza e realiza “corridas ao ar livre” e “campeonatos de futebol”, nos dois casos, com atletas amadores. A competição proposta era de caráter “profissional” e classificada como “esporte de alto rendimento”.
MAIS ENROLAÇÃO
Em competições de surfe, uma das entidades que representam o esporte, a Confederação Brasileira de Surfe ou a Federal Estadual de Surfe de São Paulo, deveria ter participação, mas elas não chancelaram o evento, nem tinham conhecimento do que se tratava.
Outro absurdo é o gasto de até R$ 25 mil em cada prancha comprada para ser sorteada aos participantes. Mas, uma prancha usada por grandes surfistas custa R$ 7.500. A marca escolhida Al Merrick, modelo Neck Beard 3, custa no máximo, aqui no Brasil, R$ 5.200.
PARECER CONTRÁRIO
No caso, técnicos do Ministério da Cidadania deram parecer negativo para o projeto e listaram 10 problemas como justificativa para negá-lo. A iniciativa foi barrada. Meses depois, o novo secretário Nacional de Esportes de Alto Rendimento, Bruno Bezerra, às 23h34 de 31 de dezembro de 2021, repentinamente, resolveu dar parecer favorável e liberá-lo no sistema do Ministério.
Com isso, o dinheiro foi empenhado (reservado para o pagamento), em 4 de janeiro. Mas, em 31 de março, o Instituto Vincere pediu o cancelamento do contrato, após os primeiros indícios terem sido revelados pela imprensa. Questionado, Eduardo Bolsonaro não responde aos contatos dos jornais que atolam sua assessoria.
com informações da Revista Fórum e Henrique Rodrigues no Opinião
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