Coincidência ou não, após a crítica do ministro da Economia Paulo Guedes, foi anunciado o fechamento do escritório do Fundo Monetário Internacional (FMI) no Brasil. O fato foi lamentado por economistas ouvidos pelo jornal O Globo, que criticam a posição do ministro e, em sua maioria, afirmam que haverá impacto negativo para o país em termos de credibilidade e imagem junto a mercados internacionais.
A economista Elena Landau, ex-diretora de Privatizações do BNDES, critica as falas de Guedes. “A maneira pela qual o ministro da economia trata um órgão da importância do FMI é mais uma mancha na imagem do Brasil frente ao mundo. É uma forma debochada, ridícula”, disse.
Ela também condenou as declarações do ministro sobre o ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn, que assumirá o cargo de diretor para o Hemisfério Ocidental do FMI. “Ao falar do Fundo, Guedes ataca o ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn, que ganhou por dois anos seguidos como melhor presidente de Banco Central do mundo. Isso mostra mais uma vez a mesquinhez do ministro da Economia, agora frente a um profissional que teve sucesso absoluto no combate da inflação”, afirmou.
O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga disse esperar que o governo e o FMI “se entendam e voltem atrás” da decisão de encerrar o escritório.
Para Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Relações Internacionais do Banco Central, não há repercussão econômica com o anúncio. “A atitude do ministro mostra imaturidade e despreparo, mas o Brasil não precisa (economicamente) do Fundo nem o Fundo precisa do país, mesmo ministros ruins, como Guido Mantega, mantiveram uma boa relação com a entidade”, disse.
Com informações do iG/Economia
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