Reportagem de Felipe Bachtold e Vinicius Konchinski, publicada nesta quarta (29),na Folha de S. Paulo, revela que o doleiro Alberto Youssef, pivô da operação Lava Jato, bancou parte das campanhas políticas do senador Álvaro Dias (Podemos-PR). Só para lembrar, ele é o principal aliado do ex-juiz Sergio Moro, principal nome da operação.
“Duas empresas de Youssef, em 1998, pagaram R$ 21 mil (o equivalente a R$ 88 mil em valores atualizados) à campanha a senador de Alvaro Dias, hoje no Podemos e à época no PSDB. As informações estão na prestação de contas de Dias entregue naquele ano à Justiça Eleitoral no Paraná. As doações se referem a horas de voo em jatinhos que Youssef cedeu ao então candidato”, informam os jornalistas.
Tudo indica que Sergio Moro tinha essas informações durante a Lava Jato e blindou Alvaro Dias, uma vez que ambos já eram aliados políticos naquele período. Hoje, os dois estão no mesmo partido.
Procurado pela reportagem da Folha, Alvaro Dias encaminhou documento do Ministério Público paranaense que afirma que, após diligências e depoimentos, procedimento relacionado a esse relato foi arquivado em 2004 por falta de provas. “O elo de sua campanha nos anos 1990 com Youssef tem sido resgatado por apoiadores do presidente Bolsonaro. No dia 12, o presidente publicou vídeo de um apoiador que reproduz trecho do depoimento do doleiro à CPI”, informam os jornalistas.
A reportagem lembra que, “anos mais tarde, antes da Lava Jato, o magistrado chegou a se declarar suspeito ‘por razões de foro íntimo’ para atuar em um caso do doleiro que visava rediscutir a delação deste caso”.
RESUMO DA ÓPERA – Mais um fato que desvenda a face hipócrita e oportunista de Sergio Moro. Fazia política usando o espaço do Judiciário. Depois, afirmou que jamais faria política partidária e, hoje, está no Podemos de Álvaro Dias para disputar a Presidência da República. Vemos paladinos da moralidade, que não criaram um partido só de “pessoas do bem”, em legendas ou com aliados políticos que têm trajetórias suspeitas. Mais uma que Moro terá que explicar. Se não fugir dos debates, é claro.
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