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Dino enquadra pastor Valadão por incitar crime: “responderá por isso”

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Se muitos pastores evangélicos esperam não ser punidos por atitudes nada religiosas, estão enganados. O ministro da Justiça, Flávio Dino, enquadrou André Valadão e pastores bolsonaristas que propagam discursos de ódio nas redes sociais.

Valadão virou alvo do Ministério Público de Minas Gerais em inquérito para investigar crime de homofobia. Neste domingo (2), durante culto evangélico transmitido através das redes sociais, ele incitou os fiéis a assassinarem pessoas LGBTQIA+ ao dizer que Deus, “se pudesse, matava tudo”.

Nas redes sociais, Flávio Dino mandou recado dizendo que esses pastores que propagam o ódio têm, no mínimo, dois problemas. “O suposto cristão que propaga ódio contra pessoas, por vil preconceito, tem no mínimo dois problemas. Primeiro, com Jesus Cristo, que pregou amor, respeito, não violência contra pessoas. ‘Amar ao próximo como a si mesmo’, disse Jesus. Segundo, com as leis, e responderá por isso”, tuitou.

MERCADORES DA FÉ

Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, criticou os recorrentes ataques de ódio ao dizer que a atuação de Valadão e de outros propagadores do ódio é criminosa e deve prestar contas à Justiça. “O ódio é uma mercadoria, no sentido mais específico do termo, tal como aprendemos desde o século XIX. O ódio, portanto, tornou-se fonte de lucro para empresas, inclusive aquelas que administram as chamadas redes sociais. Além disso, o ódio tornou-se fonte de popularidade e uma forma de existência para pessoas sem escrúpulos, pois sabemos que o ódio gera engajamento, o que é fundamental para o que chamamos de economia da atenção”, disse.

Ele criticou os mercadores da fé e mandou recado: “Sabemos também que o ódio é fundamental para os mercadores da fé, para os fariseus, que manipulam a fé das pessoas de cima dos púlpitos, servindo apenas para destilar seu ódio. Essas pessoas não estão acima da lei, não estão acima da Constituição e, em um Estado laico no qual as pessoas têm todo o direito de expressar sua religião, mas também têm o direito de não ter religião, certamente prestarão contas à Justiça brasileira. Não tenham dúvidas disso”.

com informações da Revista Fórum

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